8 de janeiro: Pacheco anuncia a retirada de grades do entorno do Congresso e diz que Poderes estão vigilantes contra ‘traidores da pátria’

8 de janeiro: Pacheco anuncia a retirada de grades do entorno do Congresso e diz que Poderes estão vigilantes contra 'traidores da pátria'

Evento ocorreu no Salão Negro do prédio do Legislativo e reuniu presidente Lula, ministros, parlamentares e governadores. Cerimônia foi batizada de "Democracia Inabalada".


Por Sara Resende, Kevin Lima, Vinícius Cassela, Luiz Felipe Barbiéri, Elisa Clavery, g1 — Brasília

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), participou nesta segunda-feira (8) do ato “Democracia Inabalada”, que marca um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Na ocasião, ele disse que os Poderes estão atentos aos que chamou de “traidores da pátria”. Ele também anunciou que as grades do entorno do Congresso serão retiradas. As estruturas foram colocadas no local após os ataques.

“Neste ato que celebra a maturidade e a solidez de nossa República, digo a todos os brasileiros que os Poderes permanecem vigilantes contra os ‘traidores da Pátria’, contra essa minoria que deseja tomar o poder ao arrepio da Constituição,” afirmou Pacheco.

Segundo Pacheco, o Congresso será aberto ao povo brasileiro.

“É chegada a hora, em 8 de janeiro de 2024, um ano após essa tragédia democrática do Brasil, abrir o Congresso Nacional para o povo brasileiro. Retirar essas grades que circundam o Congresso Nacional, para que todos tenham a compreensão de que essa é a Casa deles, é a Casa do povo, é a Casa de representantes eleitos, onde as decisões devem ser tomadas para o rumo do Brasil”, disse o presidente do Congresso.

“Por isso, a decisão de suprimirmos essas grades, quero acreditar, de uma maneira definitiva, como símbolo da democracia viva que buscamos ter”, completou Pacheco.

A cerimônia contou com as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, de ministros do governo e do STF, e de governadores e parlamentares.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), era aguardado, mas alegou um problema de saúde de um familiar, e não compareceu.

 

O evento

No evento, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, cantou o Hino Nacional. E foi exibido um vídeo com imagens da depredação e da recuperação dos prédios dos Três Poderes.

A organização do ato projeta discursos das principais autoridades dos Três Poderes da República:

 

Executivo: representado pelo presidente Lula

Legislativo: representado pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Judiciário: representado pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, também vai discursar, representando os demais estados.

 

Além deles, estavam na mesa principal do evento:

– o vice-presidente, Geraldo Alckmin

– o ex-presidente José Sarney

– o procurador-geral da República, Paulo Gonet

– a ex-presidente do STF e ministra aposentada da Corte Rosa Weber

– a primeira-dama, Janja Lula da Silva

– e a esposa do vice-presidente, Lu Alckmin

 

Obras danificadas e exposições

O ato em memória dos ataques incluiu ainda duas ações simbólicas para marcar a recuperação de dois itens dos acervos do STF e do Senado.

Em um primeiro momento, as autoridades inauguraram placa que indica a restauração de uma tapeçaria, criada pelo paisagista e arquiteto Roberto Burle Marx e avaliada em R$ 4 milhões.

Arrancada da parede, urinada e rasgada pelos invasores, a peça foi uma das mais danificadas do Senado. O trabalho de restauro durou quase 300 dias e custou R$ 236,2 mil. A tapeçaria retornou à exposição, no Salão Negro do Congresso.

Na sequência, houve uma entrega simbólica do exemplar da Constituição Federal de 1988 roubado por vândalos na invasão ao STF. O item, que foi recuperado ainda em janeiro, ficava em exposição no Salão Branco da Corte. 

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