Queda de helicóptero mata ministro do Interior da Ucrânia e outras 13 pessoas

Queda de helicóptero mata ministro do Interior da Ucrânia e outras 13 pessoas

Uma criança e outros integrantes do Ministério do Interior estão entre as vítimas. Pasta responde pelas Forças Armadas. Ainda não se sabe a causa da queda.

Por g1 18/01/2023 05h47 - Atualizado há uma hora

A queda de um helicóptero nos arredores de Kiev, na Ucrânia, nesta quarta-feira (18), matou o ministro do Interior do país, Denys Monastyrsky, e outras 14 pessoas, entre elas uma criança.

Até a última atualização desta notícia, a causa da queda da aeronave ainda não havia sido divulgada, mas o governo ucraniano confirmou a morte do ministro de Interior na queda. O cargo é um dos mais importantes do país – o chefe da pasta é o responsável pelas Forças Armadas e, por isso, uma das principais peças na guerra na Ucrânia.

Além de Monastyrsky, estavam no helicóptero o vice-ministro do Interior, Yevhen Yenin, e o secretário de Estado do Ministério de Assuntos Internos, Yuriy Lubkovych. Ambos também morreram;

Uma criança está entre as vítimas, segundo o serviço de emergência do governo da Ucrânia;

Ela estava em uma creche que foi atingida pelo helicóptero durante a queda, de acordo com o governo local;

Dos 14 mortos, nove estavam a bordo do helicóptero e outros cinco, próximos ao local da queda, como funcionários da creche;

Outras 25 pessoas ficaram feridas, 11 delas crianças, ainda segundo o governo local;

Inicialmente, o governo ucraniano havia dito que o número de mortos era de 18 pessoas.

A queda ocorreu no início da manhã em um bairro residencial de Brovary, município a 25 quilômetros do centro de Kiev. A capital ucraniana e os arredores têm sido alvo constante de bombardeios russos desde o fim do ano passado. 

Destroços de helicóptero que caiu na Ucrânia são vistos ao lado de creche, nos arredores de Kiev, em 18 de janeiro de 2023. — Foto: Daniel Cole/ AP
Parte da cauda do helicóptero que caiu nos arredores de Kiev, na Ucrânia, foi parar em cima de um carro. Em 17 de janeiro de 2023. — Foto: Daniel Cole/ AP

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zenlensky, chamou o caso de “uma terrível tragédia”.

“A dor é indescritível”, disse Zelensky, que havia nomeado Monastyrsky no início de seu governo.

O helicóptero era do modelo Super Puma, de fabricação francesa, pertencia ao governo da Ucrânia e era geralmente usado em operações de emergência.

A agência de inteligência da Ucrânia informou que abriu uma investigação para apurar as causas da queda e disse que, por enquanto, considera as seguintes hipóteses:

 

– Violação das regras de voo;

– Mau funcionamento técnico do helicóptero;

– Ações intencionais para destruir um veículo.

 

A aeronave atingiu parte da creche e de um muro ao cair, segundo relatos de moradores. A queda causou uma forte explosão.

“Vimos pessoas feridas, vimos crianças. Havia muito nevoeiro aqui, tudo estava espalhado ao redor. Ouvimos gritos e corremos em direção a eles”, disse à agência de notícias um morador de 17 anos identificado apenas como Glib.

“Pegamos as crianças e as passamos por cima da cerca, longe do berçário porque estava pegando fogo, principalmente no segundo andar”, disse ele.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, se pronunciou sobre a queda da aeronave, que, segundo ele, mostra “o preço que a Ucrânia está pagando”.

“Nossos pensamentos neste dia triste estão com as famílias das vítimas e dos feridos e com o presidente Zelensky, que perdeu seu ministro de Interior”. 

Foto mostra local da queda de helicóptero na cidade de Brovary, na Ucrânia, em 18 de janeiro de 2023 — Foto: REUTERS/Viacheslav Ratynskyi

Contra-ataque da Rússia

Prestes a completar um ano, em 24 de fevereiro, a guerra na Ucrânia vive um momento de tentativa de retomada por parte da Rússia de territórios recuperados pela Ucrânia.

Desde meados do ano passado, as forças de Kiev lançaram uma forte ofensiva para recuperar cidades e regiões ocupadas pelas tropas russas. Para isso, o governo ucraniano foi respaldado pelo envio de armas e equipamentos militares dos Estados Unidos e de países europeus, uma ajuda que se mantém desde então.

Em paralelo, ataques pontuais começaram a ser registrados em território russo, sem que a Ucrânia reivindicasse formalmente a autoria. Em um deles, uma ponte que ligava a Crimeia – a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 – à Rússia
explodiu.

Em 21 de setembro, em um discurso televisionado sem precedentes desde o início da guerra da Ucrânia, Putin anunciou a convocação de reservistas, o que gerou revolta de parte da população e fuga de centenas de jovens do país.

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Foi a primeira vez que o líder russo – que durante muito tempo tentava evitar a
narrativa de guerra dentro do país, inclusive proibindo todos os meios de comunicação de mencioná-la – levou o conflito para dentro de seu território.

O anúncio gerou também uma série de protestos por toda a Rússia – o que, por lá, é
ilegal. 

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