Mais Médicos: Ministério da Saúde diz que vai acelerar recrutamento de profissionais para distritos indígenas
Mais Médicos: Ministério da Saúde diz que vai acelerar recrutamento de profissionais para distritos indígenas
Segundo a pasta, medida busca sanar desassistência em saúde nos territórios, como o Yanomami, onde o caos sanitário fez o governo federal decretar emergência de saúde pública.
Por Roberto Peixoto, g1 22/01/2023 14h18 - Atualizado há 15 horas
O Ministério
da Saúde anunciou neste domingo (22) que por causa da desassistência sanitária
da população do território Yanomami estuda acelerar um edital do Programa Mais
Médicos para recrutar profissionais para atuação nos Distritos Sanitários
Indígenas (Dsei).
Segundo a
pasta, o recrutamento seria de médicos tanto formados no Brasil como no
exterior, e a atuação seria de maneira permanente, inclusive no Dsei Yanomami,
onde quase 100 crianças morreram no ano passado, segundo o Ministério dos Povos
Indígenas.
Os Dsei são
unidades de responsabilidade sanitária federal e correspondem a uma ou mais
terras indígenas.
“Tínhamos um edital só para brasileiros. Só em seguida que faríamos um edital para brasileiros formados no exterior e, depois, para estrangeiros. Frente à necessidade de levarmos assistência à população dos distritos indígenas, especialmente aos Yanomami, queremos fazer um edital em que todos se inscrevam de uma única vez”, explica o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes.
Ainda de
acordo com a pasta, a medida é uma das ações da Sala de Situação, criada na
sexta-feira (20), para apoiar ações de enfrentamento à desassistência dos povos
que vivem no território Yanomami.
Para Quem
Doar: plataforma reúne organizações que atuam em Roraima
Criado na
gestão de Dilma Rousseff (PT) em 2013, o programa Mais Médicos sofreu
resistências do último governo, que decidiu criar um novo programa em 2019, o
Médicos pelo Brasil, para substituir o programa petista.
Como mostrou
o g1, na prática, isso não aconteceu. Até então, os dois programas estavam
existindo de forma concomitante. E, segundo o secretário do Ministério da
Saúde, não foram suficientes para preencher as vagas no interior e em
periferias, áreas que mais sofrem com a falta de médicos na atenção básica.
Ainda de
acordo com Fernandes, com o edital único, quando esgotarem as vagas para
brasileiros, aquelas remanescentes automaticamente irão para os brasileiros
formados no exterior. Persistindo a vacância, as vagas irão para estrangeiros
que queiram participar, de modo que haja um processo mais célere. A ideia é
otimizar o trabalho e suprir o atendimento nos distritos indígenas.
“A
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) está garantindo recursos para um
edital em andamento, em que há 77 médicos alocados em Dsei. O Distrito
Sanitário Especial Indígena Yanomami é um dos que mais carece de profissionais
entre os territórios, com apenas 5% das vagas ocupadas. Por isso, a necessidade
de um novo edital formulado já a partir desta semana, contemplando a
necessidade da saúde indígena”, informou o ministério.