MPF diz que situação dos yanomami foi causada por omissão do Estado
MPF diz que situação dos yanomami foi causada por omissão do Estado
Providências tomadas pelo governo anterior foram limitadas, diz órgão.
Publicado em 23/01/2023 - 22:00 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Procuradores
do Ministério Público Federal (MPF) afirmaram hoje (23) que a situação de saúde
dos indígenas yanomami foi causada pela omissão do Estado brasileiro na
proteção das terras indígenas.
A conclusão
está em uma nota publica divulgada pela Câmara de Populações Indígenas e
Comunidades Tradicionais do MPF, que fez um relato histórico do trabalho
realizado na Terra Indígena Yanomami, localizada em Roraima.
De acordo
com a nota, apesar dos esforços feitos pelo órgão, as providências tomadas pelo
governo foram limitadas.
“No
entendimento do Ministério Público Federal a grave situação de saúde e
segurança alimentar sofrida pelo povo yanomami, entre outros, resulta da
omissão do Estado brasileiro em assegurar a proteção de suas terras. Com
efeito, nos últimos anos verificou-se o crescimento alarmante do número de
garimpeiros dentro da Terra Indígena Yanomami, estimado em mais de 20 mil pela
Hutukara Associação Yanomami”, declarou o órgão.
A nota cita
ainda deficiência na oferta de serviços de saúde, falta de distribuição de
remédios e a presença de garimpeiros na região como fatores que contribuíram
para a situação.
“O Ministério Público Federal destaca também o firme compromisso da instituição de continuar atuando de forma célere e diligente, em todas as esferas e em cumprimento à sua missão constitucional para coibir as atividades ilegais de garimpo e outros ilícitos em terras indígenas, para a retirada de invasores nas Terras Indígenas Yanomami e de outros povos, como Munduruku e Kayapó, bem como para o fortalecimento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai)”, concluiu o órgão.
Em nota, a
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) declarou que a situação dos
povos yanomami foi denunciada pelo menos 21 vezes à Justiça. Segundo a
entidade, cerca de 100 crianças morreram em 2022.
Edição:
Aline Leal