Análise: maduro e contundente, Brasil passa por cima da Argentina e sobra no Sul-Americano Sub-20
Análise: maduro e contundente, Brasil passa por cima da Argentina e sobra no Sul-Americano Sub-20
Seleção faz valer pressão sobre o time de Mascherano, força erros e aproveita oportunidades para vencer com autoridade e conquistar vaga no hexagonal de olho no Mundial da Indonésia.
Por Cahê Mota — Rio de Janeiro 24/01/2023 03h03 - Atualizado há 9 horas
Venceu, convenceu e se classificou!
O Brasil apresentou o pacote completo na noite de segunda-feira no Sul-Americano Sub-20, na Colômbia. Mais do que manter os 100% de aproveitamento, a Seleção de Ramon Menezes foi soberana diante daquele que costuma ser seu maior adversário no continente e se impôs diante da Argentina em Cáli. Não é exagero dizer que o 3 a 1 ficou barato.
Com uma equipe ajustada no decorrer da competição pelas ausências impostas pela não liberação de oito peças por seus clubes, Ramon mudou dois nomes na escalação em relação ao primeiro jogo contra o Peru, mas, acima de tudo, apresentou uma formação tática condizente aos melhores momentos da estreia. Com Giovane mais próximo de Vitor Roque, o Brasil entrou em campo no 4-4-2 e desde o início se impôs contra uma Argentina acuada e pressionada pela derrota na estreia.
Fazendo valer a presença dos volantes Andrey Santos e Marlon Gomes na marcação alta, o Brasil criou muitas dificuldades na saída de bola da Argentina e abriu o placar logo aos oito minutos com Guilherme Biro. Logo após os adversários tentarem se impor fisicamente com uma joelhada nas costas de Giovane, a Seleção recuperou a bola rapidamente, Marlon Gomes chutou forte e o meia do Corinthians aproveitou o rebote para abrir o placar.
A vantagem e a situação confortável na tabela se tornaram em armadilha para um Brasil que apostou nas linhas mais baixas para se abrir nos contragolpes. Não deu certo e a Argentina criou dificuldade até ter um pênalti a favor. Mycael defendeu a cobrança de Infantino, e o time de Ramon Menezes retomou as rédeas da partida com base na marcação pressão.
Com uma noção de espaço e posicionamento impressionante, Andrey Santos fez valer a liderança técnica para ajustar o posicionamento da equipe. Muito bem sincronizado com Marlon Gomes, antigo companheiro de Vasco, o volante do Chelsea pulou a linha de pressão para interceptar passe errado da Argentina e avançar com propriedade e marcar o segundo gol para um Brasil que voltou a ser dominante na reta final da etapa inicial.
Saltou aos olhos a maturidade de uma seleção brasileira que soube usar a seu favor o desespero da Argentina após a derrota para o Paraguai na estreia. Fosse pela imposição física e técnica de Andrey, Marlon e até mesmo Vitor Roque por dentro, fosse capacidade de controle do ritmo de jogo mesmo sem a bola, o Brasil via o adversário com posse, mas sem agressividade na maior parte do tempo.
Na volta do intervalo, a Argentina sucumbiu ao equilíbrio defensivo de um time brasileiro que a todo instante esteve mais próximo de ampliar do que sofrer qualquer tipo de pressão. Ramon deu fôlego com trocas, ao ponto de se dar o luxo de descansar Andrey Santos, e o Brasil chegou ao terceiro com Vitor Roque em cobrança de pênalti sofrido pelo próprio após vacilo defensivo dos argentinos.
O gol de honra marcado por González, já aos 44 do segundo tempo, sequer colocou em risco a vitória, mas deixou o alerta para um problema na bola aérea que incomodou também na estreia diante do Peru. Lições que ficam para o hexagonal final.
Com duas rodadas pela frente na primeira fase, o Brasil fez até mais do que se esperava na Colômbia. O passaporte para o hexagonal está garantido, faltam agora cinco jogos para voltar ao Mundial. Oito anos depois, estar na Indonésia virou obsessão.