Inflação do aluguel: IGP-M desacelera e fica em 0,21% em janeiro
Inflação do aluguel: IGP-M desacelera e fica em 0,21% em janeiro
Com o resultado, o índice acumula alta de 3,79% em 12 meses; desaceleração da alta veio com pressão menor ao produtor.
Por Marta Cavallini, g1 30/01/2023 08h00 - Atualizado há 18 minutos
O Índice
Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,21% em janeiro, informou nesta
segunda-feira (30) o FGV IBRE. Com isso, o índice acumula alta de 3,79% em 12
meses.
É o segundo
mês seguido de alta – em dezembro, o índice variou 0,45%. Em 2022, o IGP-M
fechou em alta de 5,45%. Em janeiro de 2022, o índice teve variação de 1,82% e
acumulava alta de 16,91% em 12 meses.
De acordo
com André Braz, coordenador dos Índices de Preços, entre os componentes do
IGP-M, o índice ao produtor segue registrando arrefecimento das pressões
inflacionárias.
“O
preço das matérias-primas brutas desacelerou de 2,09% para 1,55% e, entre os
bens intermediários, cuja taxa passou de -0,30% para -1,06%, a queda foi
intensificada diante do comportamento de combustíveis e lubrificantes para a
produção, cujos preços recuaram ainda mais, passando de -2,26% para -5,05%. Na
contramão da inflação ao produtor segue a do consumidor, que passou de 0,44%
para 0,61% em dezembro, por força do reajuste das mensalidades de escolas e
cursos, cujos preços subiram em média 4,55%”, afirma.
O IGP-M é
conhecido como ‘inflação do aluguel’ por servir de parâmetro para o reajuste de
diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços
ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários,
matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.
Entenda a
composição do índice e o desempenho de cada um
O IGP-M
calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias
21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Veja abaixo
os três componentes e como cada um influenciou o indicador:
O Índice de
Preços ao Produtor Amplo (IPA), com peso de 60% na composição do IGP-M e que
apura a variação dos preços no atacado, subiu 0,10% em janeiro, de uma alta de
0,47% no mês anterior. Destaques para combustíveis e lubrificantes para a
produção, que passou de -2,26% para -5,05%, minério de ferro (16,32% para
9,26%), cana-de-açúcar (0,28% para -0,60%) e bovinos (1,55% para 0,65%). Em
sentido oposto, destacam-se alimentos in natura (-0,29% para 2,64%), leite in
natura (-4,75% para 0,22%), soja em grão (-1,52% para -0,92%) e milho em grão
(-0,69% para 0,40%).
O Índice de
Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, subiu 0,61% em janeiro,
após alta de 0,44% em dezembro. Destaques para cursos formais (0% para 4,55%),
IPVA (0% para 1,06%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,25% para 0,32%),
combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,69% para 1,38%), cigarros
(-0,72% para -0,17%). Em sentido oposto, hortaliças e legumes (9,75% para
2,10%), tarifa de eletricidade residencial (1,27% para -0,94%) e roupas (1,01%
para 0,24%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, acelerou 0,32% no período, ante 0,27% em dezembro, com materiais e equipamentos (0,37% para -0,26%), serviços (0,43% para 0,53%) e mão de obra (0,16% para 0,77%).