IPCA tem alta de 0,53% em janeiro, quarto mês seguido de alta
IPCA tem alta de 0,53% em janeiro, quarto mês seguido de alta
O maior impacto no índice do mês veio de Alimentação e bebidas (0,59%), que contribuiu com 0,13 ponto percentual no índice.
Por Marta Cavallini e Bruna Miato, g1 09/02/2023 09h00 - Atualizado há 2 minutos
O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial
do país, variou 0,53% em janeiro. Trata-se do quarto mês seguido de alta,
segundo o IBGE. No entanto, em relação a dezembro (0,62%), houve desaceleração.
Nos últimos
12 meses, o indicador acumula alta de 5,77%, mas também desacelerou, pois veio
abaixo dos 5,79% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2022, a
variação havia sido de 0,54%.
O maior
impacto no índice do mês veio de Alimentação e bebidas (0,59%), que contribuiu
com 0,13 ponto percentual no índice.
Na
sequência, veio o grupo Transportes, com alta de 0,55% e impacto de 0,11 ponto
percentual. Veja abaixo a variação dos nove grupos pesquisados:
Alimentação
e bebidas: 0,59%
Habitação:
0,33%
Artigos de
residência: 0,70%
Vestuário:
-0,27%
Transportes:
0,55%
Saúde e
cuidados pessoais: 0,16%
Despesas
pessoais: 0,76%
Educação:
0,36%
Comunicação:
2,09%
Alta da
batata inglesa e queda da cebola
No grupo
Alimentação e bebidas, houve aumento nos preços da batata-inglesa (14,14%), do
tomate (3,89%), das frutas (3,69%) e do arroz (3,13%). Já os destaques de queda
ficaram com cebola (-22,68%), frango em pedaços (-1,63%) e carnes (-0,47%).
A variação
da alimentação no domicílio (0,60%) ficou abaixo da registrada em dezembro
(0,71%).
Na
alimentação fora do domicílio (0,57%), a maior contribuição veio do lanche
(1,04%). A refeição, por sua vez, teve alta de 0,38%, acima do mês anterior
(0,19%). Os preços de refrigerantes e água mineral (0,81%) e a cerveja (0,43%)
também subiram.
INPC tem
alta de 0,46%
O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,46% em janeiro, abaixo
do registrado no mês anterior (0,69%).
O INPC
acumula alta de 5,71% nos últimos 12 meses, abaixo dos 5,93% observados nos 12
meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2022, a taxa foi de 0,67%.
Inflação
e os juros no Brasil
A inflação
acumulada em 12 meses até janeiro continua acima da meta estabelecida pelo
Banco Central em 3,25% neste ano. Há uma tolerância de 1,5 ponto percentual
(para cima ou para baixo) e, assim, a inflação será considerada formalmente
dentro da meta se encerrar o ano entre 1,75% e 4,75%.
Essa não é,
entretanto, a expectativa do próprio BC e de instituições do mercado financeiro
nacional. Na última edição do Boletim Focus, relatório com projeções de
economistas, as perspectivas apontam para o IPCA em 5,78% neste ano.
Em 2022, a
inflação encerrou o ano acima do teto da meta. Enquanto a regra estabelecida
pelo BC previa um IPCA entre 2% e 5%, a inflação acumulada em 2022 foi de
5,79%. O mesmo aconteceu em 2021, com o IPCA em 10,01%, acima da meta de 3,75%.
Para frear o avanço dos preços, o BC promoveu um ciclo de altas na Selic, taxa básica de juros, que saiu de 2% ao ano em março de 2021 para 13,75% ao ano em agosto de 2022, o maior percentual dos últimos seis anos. No último encontro do Copom, na semana passada, o comitê escolheu manter, pela quinta vez consecutiva, a taxa Selic no mesmo patamar porque ainda enxerga a força da pressão inflacionária.
Quanto maior
é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que
recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o
salário necessariamente acompanhe esse crescimento.