PF faz operação contra garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami; suspeitos movimentam R$ 422 milhões em 5 anos
PF faz operação contra garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami; suspeitos movimentam R$ 422 milhões em 5 anos
Empresários, advogados e servidor da prefeitura de Boa Vista estão entre os investigados. Dinheiro chegava por terra a Roraima, e ouro saía em aeronaves. Suspeitos contavam com colaboração de funcionário de companhia aérea, segundo a PF.
Por César Tralli e Valéria Oliveira, TV Globo e g1 RR — Boa Vista 14/02/2023 07h36 - Atualizado há 3 minutos
A Polícia Federal começou a cumprir na manhã desta terça-feira (14) mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrar uma quadrilha envolvida na compra de ouro extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Segundo a PF, a organização criminosa movimentou R$ 422 milhões em 5 anos. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima e são cumpridos em Goiás, São Paulo e Roraima.
A Terra Indígena Yanomami é a maior reserva indígena do Brasil e, desde a década de 1980, é alvo de garimpeiros ilegais. A busca pelo minério se intensificou nos últimos anos, causando a degradação da floresta e ameaçando a saúde de indígenas, com quem os criminosos têm mantido conflitos (entenda os confrontos na terra Yanomami).
Entre os investigados na operação desta terça-feira estão empresários, advogados e um servidor público de Boa Vista, capital de Roraima (veja a lista abaixo). Uma empresa é investigada por envolvimento com uma carga de 111 kg de ouro apreendida em um avião em Goiânia (GO), em 2019.
Na casa de um dos alvos, foram apreendidos diamantes, como mostra a foto abaixo.
Dinheiro chegava por terra, e ouro saía em aeronaves
Segundo a PF, o dinheiro usado para comprar o ouro chegava até Boa Vista principalmente por via terrestre, em viagens que levavam mais de uma semana.
A saída do ouro de Roraima era por via aérea, em aeronaves. Segundo a PF, a quadrilha contava com a colaboração de um funcionário de uma companhia aérea que auxiliava no despacho do mineral. O nome da companhia não foi divulgado.
As investigações começaram após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreender mais de R$ 4 milhões em espécie em um veículo no município de Cáceres, no Mato Grosso.
Quem são os alvos
Até a última atualização desta reportagem, o g1 tentava contado com os nomes citados.