Análise: Santos mostra repertório e começa, enfim, a ter uma cara
Análise: Santos mostra repertório e começa, enfim, a ter uma cara
Peixe vence o Ceilândia sem muitos sustos, mesmo desperdiçando oportunidades claras de gol, e avança à próxima fase da Copa do Brasil.
Por Bruno Giufrida — Brasília 24/02/2023 04h00 - Atualizado há 4 horas
O Santos fez
a lição de casa e se classificou para a próxima fase da Copa do Brasil. Na vitória
por 1 a 0 sobre o Ceilândia, nesta quinta-feira, no estádio Serejão,
independentemente do resultado é importante analisarmos o volume de jogo do
Peixe e como a equipe poderia ter resolvido o duelo muito antes – só não
resolveu por erros individuais.
O Santos
começou a partida no Serejão, em Brasília, dominando o Ceilândia. Sob o talento
de Lucas Lima para distribuir a bola e deixar os companheiros na cara do gol,
quase abriu o placar com Ângelo e Mendoza, mas a dupla desperdiçou
oportunidades inacreditáveis.
É com o
talento de Lucas Lima, inclusive, que o Santos começa a construir “uma
cara”, um estilo de jogo. Algo que faltou em praticamente todos os
momentos das últimas temporadas. Ao ver o Peixe jogar agora, mesmo que a
vitória sobre o Ceilândia tenha sido magra, é possível entender como a equipe
atua. Antes, parecia impossível.
Lucas Lima
tem sido quase um maestro no meio de campo do Santos. Sem genialidade, sem
passes de efeito, mas com qualidade para provar que o investimento em seu
retorno para a Vila Belmiro vai se pagar. Quase todas as jogadas ofensivas que
geram perigo aos adversários têm passado pelos pés do camisa 23.
Contra o
Ceilândia, foi assim. Nos primeiros minutos, participou das jogadas que
deixaram Ângelo e Mendoza cara a cara com o goleiro adversário. Mesmo
claramente ainda abaixo no nível fisico em relação aos companheiros, Lucas Lima
destoa tecnicamente.
O meia tem
sido capaz, inclusive, de transformar um antigo problema do Santos em solução.
Foi dos pés dele que saiu o cruzamento para Joaquim fazer o gol da vitória
sobre o Ceilândia num lance de escanteio, o pesadelo alvinegro.
Quando o
Ceilândia fechou a faixa central do campo para não dar espaço para Lucas Lima,
o Santos mostrou repertório. Odair Hellmann mexeu no time e deu mais
profundidade com Lucas Braga pelo lado direito – o camisa 23, então, virou um
atacante ao lado de Marcos Leonardo.
No segundo
tempo, as mudanças e a melhora do Ceilândia atrapalharam o Santos, mas o time
soube minimamente superar as adversidades e vencer sem grandes sustos. Ainda há
um caminho a ser percorrido, mas o Peixe já tem uma cara.