Número de mortes em colisão de trens na Grécia sobe para 43, e gregos protestam

Número de mortes em colisão de trens na Grécia sobe para 43, e gregos protestam

Cidadãos fazem manifestações contra o precário sistema ferroviário do país e dizem que era questão de tempo para um acidente acontecer. Trens se chocaram de frente.



Por France Presse 02/03/2023 07h28 - Atualizado há 3 horas

O número de mortos no acidente ferroviário mais grave da história da Grécia subiu para 43, anunciou nesta quinta-feira (2) o Corpo de Bombeiros do país.

A colisão de dois trens, que circulavam pela mesma via em sentido contrário, ocorreu pouco antes da meia-noite de terça-feira, na região central da Grécia.

Uma porta-voz do corpo de bombeiros afirmou que as equipes de resgate trabalharam durante a segunda noite seguinda para procurar sobreviventes, mas as possibilidades de encontrar alguém são cada vez menores.

“O tempo não está do nosso lado”, admitiu a porta-voz.

O gerente da estação que estava de serviço no momento do acidente foi detido e deve comparecer a uma audiência nesta quinta-feira e terá de explicar como um trem de passageiros com mais de 350 pessoas a bordo trafegou na mesma via que um trem de cargas por vários quilômetros.

Ele deve ser acusado de homicídio culposo e pode ser condenado à prisão perpétua.

Mas, nas ruas de Atenas, cidadãos acusam o governo de falta de investimento em uma malha ferroviária que o próprio ministro dos Transportes admitiu ser precária.

Na quarta-feira (1º), o ministro, Kostas Karamanlis, pediu demissão do cargo.

Os dois trens colidiram perto de um túnel nas proximidades da cidade de Lárissa. Dois vagões ficaram esmagados e um terceiro pegou fogo com as pessoas bloqueadas dentro.

Os sobreviventes descreveram cenas de horror e caos. Eles precisaram passar por vidros quebrados e destroços quando o trem virou e quebraram as janelas para sair dos vagões.

Integrantes das equipes de emergência afirmaram que nunca haviam testemunhado uma tragédia de tal magnitude. Muitos corpos foram encontrados carbonizados e alguns passageiros eram identificados por partes de seus corpos.

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis anunciou uma investigação profunda sobre a tragédia.

“Tudo indica que, lamentavelmente, o acidente foi provocado por um trágico erro humano”, declarou Mitsotakis.

O governo decretou três dias de luto nacional e o ministro dos Transporte pediu demissão poucas horas depois do acidente. 

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