PIB cresce 2,9% em 2022 e fecha o ano em R$ 9,9 trilhões
PIB cresce 2,9% em 2022 e fecha o ano em R$ 9,9 trilhões
Crescimento foi puxado pelas altas nos serviços e na indústria.
Publicado em 02/03/2023 - 10:03 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O Produto
Interno Bruto (PIB – soma dos bens e serviços produzidos no país) caiu 0,2% no
quarto trimestre de 2022, mas encerrou o ano com crescimento de 2,9%,
totalizando R$ 9,9 trilhões. Já o PIB per capita alcançou R$ 46.155 no ano
passado, um avanço, em termos reais, de 2,2% em relação ao ano anterior.
Os dados são
do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado hoje (2), pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O
crescimento do PIB em 2022 foi puxado pelas altas nos serviços (4,2%) e na
indústria (1,6%), que juntos representam cerca de 90% do indicador. Por outro
lado, a agropecuária recuou 1,7% em 2022.
“Desses 2,9%
de crescimento em 2022, os serviços foram responsáveis por 2,4 pontos
percentuais. Além de ser o setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que
demonstra como foi alta a sua contribuição na economia no ano”, disse, em nota,
a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
“As duas
atividades que mais chamam atenção estão entre as que mais cresceram em 2021,
após as quedas de 2020: transportes e outros serviços, que inclui categorias de
serviços pessoais e serviços profissionais. Foi uma continuação da retomada da
demanda pelos serviços após a pandemia de covid-19. Em outros serviços, podemos
destacar setores ligados ao turismo, como serviços de alimentação, serviços de
alojamento e aluguel de carros”, acrescentou Rebeca.
Segundo o
IBGE, na indústria, o maior destaque foi a atividade eletricidade e gás, água,
esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,1%), que teve bandeiras tarifárias
mais favoráveis em 2022.
“O
crescimento dessa atividade está muito relacionado à recuperação em relação à
crise hídrica de 2021. Além do crescimento da economia, houve o desligamento
das térmicas, diminuindo os custos de produção, o que contribui para o aumento
do valor adicionado da atividade. Ademais, a atividade de construção, com alta
de 6,9%, corroborada pelo aumento na sua ocupação, foi influenciada pelo ano
eleitoral, que sempre apresenta uma maior quantidade de obras públicas”,
analisou a coordenadora.
Já as indústrias de transformação tiveram variação negativa de 0,3%, principalmente pela queda na fabricação de produtos de metal; móveis; produtos de madeira e de borracha e plástico, enquanto as indústrias extrativas caíram 1,7%.
“O resultado
das indústrias extrativas no ano foi puxado pela queda na extração de minério
de ferro, relacionada ao lockdown ocorrido na China, nosso maior comprador,
enquanto as indústrias de transformação foram impactadas negativamente devido a
fatores como juros altos e custos de matéria-prima elevados”, avaliou Rebeca.
Produção
de soja
O setor de
agropecuária teve queda de 1,7% no ano, decorrente do decréscimo de produção e
perda de produtividade da atividade agricultura, que suplantou a contribuição
positiva das atividades de pecuária e pesca.
“A soja,
principal produto da lavoura brasileira, com estimativa de queda de produção de
11,4%, foi quem mais puxou o resultado da agropecuária para baixo no ano, sendo
impactada por efeitos climáticos adversos”, explicou a pesquisadora.
Na análise
da despesa, houve alta de 0,9% da Formação Bruta de Capital Fixo, que são os
investimentos, segundo ano consecutivo de crescimento. A despesa de consumo das
famílias avançou 4,3% em relação ao ano anterior e a despesa do consumo do
governo, por sua vez, cresceu 1,5%.
No setor
externo, as exportações de bens e serviços cresceram 5,5%, enquanto as
importações de bens e serviços subiram 0,8%.
Edição:
Maria Claudia