Cláudio Castro pede a Haddad revisão de recuperação fiscal do Rio
Cláudio Castro pede a Haddad revisão de recuperação fiscal do Rio
Segundo o governador, estado perdeu R$ 5 bi com desoneração de ICMS.
Publicado em 08/03/2023 - 07:47 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A desoneração
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diversos
produtos provocou perda de arrecadação de R$ 5 bilhões para o estado do Rio de
Janeiro, disse nessa terça-feira (7) o governador do Rio de Janeiro, Cláudio
Castro. Ele se reuniu por cerca de duas horas com o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, para pedir a revisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do
estado.
Segundo
Castro, Haddad prometeu rever as bases do acordo assinado em junho do ano
passado, mas disse que só começará a discutir o assunto após resolver as
negociações da medida provisória que reonera a gasolina e o etanol. O
governador destacou que o estado não pensa em sair do RRF, mas defendeu a
revisão do acordo para evitar o desequilíbrio das contas locais e problemas no
serviço público.
No ano
passado, as leis complementares 194 e 192 estabeleceram a alíquota máxima de
18% de ICMS sobre combustíveis, telecomunicações, energia e transporte
coletivo. Antes da lei, o estado cobrava até 32% de ICMS. Segundo Castro, a queda
na arrecadação estadual, provocada pela desoneração, tornou impossível para o
governo do Rio honrar as parcelas da dívida com a União previstas para este
ano.
“O Regime
[de Recuperação Fiscal] do Rio foi assinado uma semana antes da sanção das leis
194 e 192. Naquele momento, nossa realidade de arrecadação era uma, por isso o
plano foi aprovado. Assim que entram em vigor a 194 e a 192, elas mudam nossa
base de arrecadação, o que muda toda perspectiva do plano de pagamento”, disse
Castro à saída do encontro com Haddad.
Apenas com o
ICMS dos combustíveis, diz Castro, a perda de arrecadação chegou a R$ 3 bilhões
no ano passado. Para este ano, ele estima impacto ainda maior, de R$ 10
bilhões, considerando todos os itens desonerados, não apenas os combustíveis.
Compensação
As próprias
leis que desoneraram o ICMS, tributo administrado pelos estados e o que mais
arrecada no país, preveem a compensação das perdas de arrecadação, que está
sendo negociada com o governo federal desde o início do ano. Segundo Castro,
Haddad prometeu resolver a compensação em até dez dias e, só depois, discutir
uma possível revisão do RRF do Rio de Janeiro.
O governo
federal quer parcelar a compensação ao longo dos quatro anos de mandato, mas há
discordância em relação aos valores. Os estados e os municípios pedem R$ 45
bilhões. O Tesouro Nacional prometeu a metade: R$ 22,5 bilhões. No último dia
28, Haddad reuniu-se com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre
de Moraes, relator do acordo da dívida dos estados na corte, para discutir o
tema.
Em relação à
cobrança de ICMS sobre a gasolina e o etanol, Castro disse ter sugerido ao
Fórum dos Governadores uma alíquota de 22% ou de 23%, válida para todo o país.
“[Essa alíquota] reporia perdas e não chegaria ao valor absurdo que estava
antes”, declarou o governador.
Edição: Graça Adjuto