Defesa diz que Anderson Torres não vai à CPI dos Atos Antidemocráticos na CLDF
Defesa diz que Anderson Torres não vai à CPI dos Atos Antidemocráticos na CLDF
Depoimento do ex-secretário de Segurança Pública estava previsto para esta quinta-feira (9). Apenas a ex-subsecretária da pasta Marília Ferreira Alencar deve ser ouvida.
Por Walder Galvão, g1 DF 08/03/2023 10h05 - Atualizado há 3 minutos
A defesa do
ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres disse ao
g1 que ele não vai comparecer à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara
Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O depoimento de Torres estava previsto
para esta quinta-feira (9), mesmo dia em que a ex-subsecretária da pasta
Marília Ferreira Alencar será ouvida.
Nesta
terça-feira (7), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
autorizou a ausência de Torres na CPI, além da possibilidade dele ficar em
silêncio durante o depoimento. Segundo a decisão, o ex-ministro já está preso e
a lei não permite “conduções coercitivas de investigados ou réus para
interrogatórios/depoimentos”.
Preso desde
14 de janeiro, Torres é investigado por suspeita de omissão durante os atos
golpistas cometidos por bolsonaristas radicais em Brasília, no dia 8 de
janeiro. Ele nega as acusações.
Ao STF, os
advogados de Torres afirmaram que “inexiste” interesse do
ex-secretário para participar da CPI, porque ele “já se desincumbiu dessa
missão quando, por mais de dez horas, prestou depoimento [à PF]”.
A defesa de
Torres disse ainda que o ex-ministro estava fora do país e se entregou à
polícia voluntariamente. Além disso, os advogados alegam que o processo não
está sob sigilo e que os parlamentares que compõem a CPI podem ter acesso ao
material.
Ex-subsecretária
deve depor
O depoimento
de Marília estava marcado para a semana passada, no entanto, foi adiado. Ela
chegou a comparecer à CPI para depor na última quinta (1°), mas os
parlamentares ouviram apenas o delegado Fernando de Souza Oliveira, que era
secretário interino de Segurança quando as sedes dos três poderes da República
foram invadidas, falou.
Marília, que
é delegada da Polícia Federal, já prestou depoimento à corporação porque havia
sido nomeada por Torres para ocupar um cargo na pasta. Aos investigadores, ela
disse que as polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros, o Supremo Tribunal
Federal (STF), o Senado e outros órgãos ligados à segurança sabiam sobre a
movimentação de bolsonaristas radicais em Brasília antes dos ataques.
Segundo ela,
forças de segurança de diversos órgãos participavam de um grupo de Whatsapp
onde eram repassadas, desde o dia 6 de janeiro, informações sobre as
movimentações dos grupos contrários ao resultado do segundo turno das eleições
para a presidência da República.
Calendário
de depoimentos agendados para março:
9 de
março
Marília
Ferreira Alencar, ex-subsecretária da inteligência da SSP
16 de
março
Jorge
Eduardo Naime, coronel da PMDF
Marcelo
Casimiro Vasconcelos Rodrigues, coronel da PMDF
23 de
março
Júlio de
Souza Danilo, ex-secretário da SSP
Jorge
Henrique da Silva Pinto, tenente-coronel da PMDF
30 de
março
Fábio
Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF