Dólar opera em alta, com foco na crise do SVB
Dólar opera em alta, com foco na crise do SVB
Na sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 1,30%, cotada a R$ 5,2077.
Por g1 13/03/2023 09h03 - Atualizado há 56 minutos
O dólar
opera em alta nesta segunda-feira (13), com atenções voltadas à atuação dos
agentes econômicos americanos em meio à crise de quebra do maior órgão
financeiro desde 2008, o Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de
startups.
Às 9h, a
moeda norte-americana avançou 0,47% na sessão, cotada a R$ 5,2324. Veja mais
cotações.
Na
sexta-feira, o dólar fechou em alta de 1,30% na sessão, cotado a R$ 5,2077. Com
o resultado, a moeda fechou a semana em alta de 0,15%, mas ainda acumula perdas
de 0,33% no mês e de 1,33% no ano.
O que
está mexendo com os mercados?
O mercado
segue atento ao cenário de juros nos Estados Unidos, conforme dados econômicos
do país reforçam a perspectiva que o Fed deve continuar elevando as taxas de
juros para tentar conter a inflação na maior economia do mundo e com o novo
risco de crédito no setor bancário no país.
Na sexta-feira, autoridades americanas anunciaram o encerramento das atividades do Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups. A notícia da falência, a segunda maior do setor bancários dos EUA, provocou apreensão entre os clientes do SVB que não conseguiram movimentar o dinheiro aplicado no banco.
O impacto do
fim do SVB ainda não está claro, mas especialistas em economia dos EUA afirmam
não acreditar que a falência do banco cause um efeito dominó semelhante ao que
levou à crise financeira de 2008.
O Fundo
Monetário Internacional (FMI) disse neste domingo que está monitorando as
potenciais implicações para a estabilidade financeira do colapso do Silicon
Valley Bank, mas disse estar confiante de que Washington está tomando as
medidas reguladoras apropriadas.
“Estamos
monitorando de perto os desenvolvimentos e potenciais implicações para a
estabilidade financeira, e temos plena confiança de que os formuladores de
políticas nos Estados Unidos estão tomando as medidas apropriadas para
enfrentar a situação”, disse um porta-voz do FMI à Reuters em comunicado.
No domingo,
autoridades dos Estados Unidos lançaram medidas de emergência para reforçar a
confiança no sistema bancário após a falência do Silicon Valley Bank ter
ameaçado desencadear uma crise financeira mais ampla.
Depois de um
fim de semana dramático, reguladores disseram que os clientes do banco falido
terão acesso a todos os seus depósitos a partir desta segunda-feira, e criaram
um novo instrumento para dar aos bancos acesso a fundos emergenciais. O Federal
Reserve também tornou mais fácil para os bancos tomarem empréstimos em
emergências.
O fechamento
do banco ocorreu após aumentos nas taxas de juros que afetaram empresas de
tecnologia iniciantes e uma tentativa de aumento de capital da instituição que
estimulou uma corrida de saques.
Embora as
medidas tenham fornecido algum alívio para as empresas do Vale do Silício e
para os mercados globais nesta segunda-feira, as preocupações com os riscos
bancários permanecem e lançam dúvidas sobre se o Fed manterá seu plano de
aumentos agressivos da taxa de juros.
“Acreditamos
que as medidas tomadas pelo Fed, Tesouro e (Federal Deposit Insurance Corp –
FDIC) quebrarão decisivamente o ‘ciclo da desgraça’ psicológico no setor
bancário regional”, disse Karl Schamotta, estrategista-chefe de mercado da
Corpay.
“Mas,
de forma justa ou não, o episódio contribuirá para níveis mais altos de
volatilidade, com os investidores observando com cautela o surgimento de outras
rachaduras à medida que o aperto da política do Fed continua.”
Juros mais
altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país,
que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a
outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.
No Brasil, o boletim Focus mostra que os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano de 5,90% para 5,96% e também passaram a projetar uma expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,85% para 0,89% na última semana.