Mpox: vacinação contra doença começa nesta segunda (13); saiba quem poderá tomar o imunizante
Mpox: vacinação contra doença começa nesta segunda (13); saiba quem poderá tomar o imunizante
Imunização contra doença antigamente conhecida como 'varíola dos macacos' focará em grupos de risco para as suas formas graves e profissionais de laboratórios. Brasil tem 47 mil doses.
Por Roberto Peixoto, g1 13/03/2023 07h31 - Atualizado há 2 horas
A partir desta segunda-feira (13) a
vacinação contra a mpox, a doença antigamente chamada de ‘varíola dos macacos’,
deverá estar disponível em todos os serviços de vacinação do Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde,
nessa primeira fase da campanha a imunização focará em grupos de risco para as
formas graves da doença, como pessoas que vivem com HIV/aids e profissionais de
laboratórios que atuam em locais de exposição ao vírus.
Com cerca de 47 mil doses disponíveis
no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para uso na população, o esquema de
vacinação tem indicação de duas doses para cada pessoa.
Ainda segundo a pasta, neste primeiro
momento, essa população-alvo seguirá as seguintes recomendações:
No caso da vacinação pré-exposição ao
vírus, receberão as doses:
Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA)
com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior
a 200 células nos últimos seis meses [condição que deixa o sistema imune menos
capaz de combater determinadas infecções]. De acordo com o Ministério da Saúde,
este público representa atualmente cerca de 16 mil pessoas em todo o país;
E profissionais de laboratório que
trabalham diretamente com Orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] em
laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.
Já no caso da vacinação pós-exposição
ao vírus, receberão as doses:
– Pessoas que tiveram contato direto
com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou
confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio
risco, conforme recomendações da OMS.
Em ambos os casos, quem já foi diagnosticado com a mpox ou apresentar uma lesão suspeita no momento da vacinação não deverá receber a dose.
Ainda de acordo com o Ministério da
Saúde, o envio de doses será feito conforme o andamento da vacinação e de
acordo com as solicitações dos estados e Distrito Federal.
Além disso, para a vacinação
pré-exposição, é recomendado um intervalo de 30 dias com qualquer vacina
previamente administrada. Em situação de pós-exposição, cujo principal objetivo
é bloqueio da transmissão, a recomendação é que aplicação seja realizada
independentemente da administração prévia de qualquer imunobiológico.
6 meses após a
aprovação do imunizante
Em agosto do ano passado, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a liberação do uso da vacina,
chamada de Jynneos/Imvanex. A medida tinha validade de seis meses, mas quando o
prazo esgotou em fevereiro, a pedido do ministério, a agência prorrogou a
dispensa de registro para que a pasta importe e utilize no Brasil o imunizante,
que é fabricado pela empresa Bavarian Nordic A/S..
A vacina é destinada a adultos com
idade igual ou superior a 18 anos e possui prazo de até 60 meses de validade,
quando conservada entre -60°C e -40°C. A prorrogação da dispensa temporária e
excepcional é válida por mais seis meses e se aplica somente ao Ministério da
Saúde.
No Brasil, segundo os últimos dados
disponíveis, foram notificados 50.803 casos suspeitos para a mpox. Destes,
10.301 casos (20,3%) foram confirmados, 339 (0,7%) classificados como
prováveis, 3.665 (7,2%) suspeitos e 36.498 (71,8%) descartados.
No segundo semestre de 2022, foram
adquiridas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e importadas
pelo governo federal 49 mil doses da vacina, que não foram utilizadas até
então. Desse número, 47 mil doses chegaram e estão à disposição do ministério.
Desde setembro do ano passado, porém,
o número de casos no país está em declínio considerável. A curva epidêmica dos
casos confirmados e prováveis teve sua maior frequência registrada no período
de 17 de julho a 20 de agosto.
Mudança de nome
A mpox era chamada de varíola dos
macacos porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos, em
1958. Só foi detectada em humanos em 1970. Entretanto, o surto mundial do ano
passado não tem relação nenhuma com os primatas – todas as transmissões
identificadas foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.
Por causa disso, no ano passado, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um processo de consulta pública para
encontrar um novo nome para a doença e assim combater o racismo e estigma
provocado pelo nome. Durante o processo, foram ouvidos vários órgãos
consultivos até chegar no termo “mpox” (do inglês,
“monkeypox”).