PF acha R$ 270 mil em dinheiro na casa de filho de desembargador investigado por venda de sentenças a traficantes
PF acha R$ 270 mil em dinheiro na casa de filho de desembargador investigado por venda de sentenças a traficantes
Desembargador e filho são alvos da operação da PF que investiga corrupção ativa e passiva. Suspeita é de venda de sentenças a traficante; dinheiro foi achado em imóvel no Maranhão.
Por Camila Bomfim, GloboNews — Brasília 14/03/2023 10h22 - Atualizado há 6 horas
Agentes da
Polícia Federal encontraram R$ 270 mil em dinheiro vivo em um cofre na casa do
advogado Ravik Ribeiro, filho do desembargador do Tribunal Regional da 1º
Região Candido Ribeiro. O dinheiro estava em um imóvel no Maranhão, alvo de
buscas nesta terça-feira (14).
Candido e
Ravik são suspeitos de atuar na venda de sentenças a traficantes internacionais
de drogas. O filho do desembargador terá de explicar aos policiais porque
mantinha tanto dinheiro em casa – e a origem dos valores.
A PF deflagrou nesta terça duas operações sobre o caso. Uma delas, intitulada “Habeas Pater”, investiga suspeita de corrupção ativa e passiva e inclui mandados de busca e apreensão em Brasília, Belo Horizonte e São Luís.
Os mandados
foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça ( STJ) – tribunal competente
para investigar desembargadores. Se condenados, as penas do desembargador e do
filho podem chegar a 12 anos de prisão.
O g1 tentou
entrar em contato com Ravik, mas não obteve retorno até a última atualização
desta matéria. Em nota, o gabinete de Cândido Ribeiro disse que a operação
corre em sigilo e que o desembargador não tem nada a declarar.
Operação
Flight Level 2
Ravik e Cícero são suspeitos de ligação com investigados da “Operação Flight Level 2”, deflagrada pela PF também nesta terça. Os mandados são cumpridos em Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.
De acordo
com as investigações, os suspeitos na primeira fase da operação seriam uma
“célula” de uma organização criminosa maior voltada ao tráfico internacional de
drogas, lavagem de dinheiro e crimes financeiros.
Foram
identificadas compras de imóveis, veículos de luxo, joias e criptoativos sem
que os rendimentos declarados fossem suficientes para justificar o acréscimo
patrimonial no período.
Os suspeitos
poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, participação em
organização criminosa e lavagem de dinheiro com penas que, somadas, podem
chegar a 38 anos de prisão.