Anderson Torres presta depoimento em ação no TSE que pode tornar Bolsonaro inelegível
Anderson Torres presta depoimento em ação no TSE que pode tornar Bolsonaro inelegível
Procedimento apura conduta de ex-presidente em reunião com embaixadores, na qual questionou urnas e sistema eleitoral sem provas. TV Globo apurou que ex-ministro respondeu às perguntas sobre minuta de decreto golpista.
Por Luiz Felipe Barbiéri e Márcio Falcão, g1 e TV Globo 16/03/2023 11h00- Atualizado há 2 horas
O
ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou depoimento, nesta quinta-feira
(16), no âmbito de uma ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e
que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
A Ação de
Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), apresentada pelo PDT, questiona uma
reunião que Bolsonaro fez com embaixadores, em julho de 2022, na qual realizou
ataques sem provas às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral.
O depoimento
foi pedido pelo corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, para
esclarecer uma minuta com teor golpista encontrada na casa de Torres (veja
detalhes abaixo).
Segundo apurou a TV Globo, ele respondeu a todas as perguntas e voltou a falar que não conhece a autoria da chamada minuta do golpe. Também teria classificado o texto de “folclórico” e “lixo”.
Torres
também manteve o que disse à Polícia Federal e reforçou que não tratou da
minuta com Bolsonaro. Segundo o ex-ministro, não era comum receber esse tipo de
documento enquanto esteve no governo.
O
ex-ministro foi ouvido por videoconferência, durante cerca de 1h30. Torres está
preso no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal por determinação do
Supremo Tribunal Federal (STF), em um inquérito que apura os ataques às sedes
dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Minuta
A PF
encontrou na residência de o ex-ministro a minuta de um decreto para instaurar
estado de defesa na sede do TSE. O objetivo era mudar o resultado das eleições
de 2022.
O documento
– considerado inconstitucional por especialistas – foi encontrado pela Polícia
Federal durante uma operação de busca e apreensão. O material foi anexado à
ação que tramita contra Bolsonaro na Corte, que questiona a conduta do
ex-presidente na reunião com embaixadores.