Dólar abre em alta novamente, com a situação do setor bancário no radar
Dólar abre em alta novamente, com a situação do setor bancário no radar
Na sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 0,59%, cotada a R$ 5,2700.
Por g1 20/03/2023 09h04 - Atualizado há 6 minutos
O dólar
opera em alta nesta segunda-feira (20), com investidores monitorando a crise no
setor bancário global e o avanço do novo arcabouço fiscal no Brasil.
Às 9h, a
moeda norte-americana avançou 0,11%, cotada a R$ 5,2757. Veja mais cotações.
Na sexta-feira,
o dólar fechou em alta de 0,59%, cotada a R$ 5,2700. Com o resultado, a moeda
fechou a semana com um avanço de 1,20%. No mês, acumula alta de 0,86%, enquanto
no ano ainda tem perdas de 0,15%.
O que
está mexendo com os mercados?
No domingo,
o grupo suíço UBS Group AG adquiriu o banco Credit Suisse por US$ 3,23 bilhões,
informou o Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês). O acordo também
inclui uma assistência de liquidez de US$ 108 bilhões por parte do SNB.
Além disso, uma
garantia para perdas de no máximo US$ 9,7 bilhões também será oferecida pelo
governo federal da Suíça para uma parte específica do portfólio. Esses recursos
funcionariam como uma espécie de provisão e serão utilizados apenas se esse
portfolio realmente registrar perdas.
Segundo a
agência Reuters, o acordo também prevê que o UBS assuma uma perda de US$ 5,4
bilhões do Credit. “Com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, foi
encontrada uma solução para garantir a estabilidade financeira e proteger a
economia da Suíça nessa situação excepcional”, afirmou o BC suíço.
Os mercados
financeiros receberam a operação com ceticismo nesta segunda-feira, um resgate
orquestrado pelas autoridades suíças diante do temor de desestabilização do
sistema bancário global.
Os mercados
asiáticos encerraram o dia em baixa — Hong Kong -2,7%, Tóquio -1,4% e Xangai
-0,5% — e a tendência era a mesma na abertura das bolsas europeias. Paris
operava em queda de 0,63%, Frankfurt recuava 1,10% e Londres perdia 1,17%.
Madri estava em baixa de 0,90% e Milão cedia 2,73%.
A tendência
era provocada principalmente pela queda dos títulos dos bancos, o que demonstra
o receio dos investidores em um cenário em que o colapso de dois bancos
americanos provocou muitos temores.
As perdas
nas bolsas acontecem após uma semana de tensão nos mercados e diante da
expectativa dos investidores sobre que postura o Federal Reserve (Fed, banco
central dos Estados Unidos) adotará a partir de agora.
Analistas divergem sobre se o Fed vai prosseguir com os aumentos das taxas de juros, pois muitos apontam que a falência do banco americano SVB está vinculada ao aumento dos custos do endividamento no último ano.