Mercado reduz estimativa de inflação para 2023, mas eleva projeção para o próximo ano
Mercado reduz estimativa de inflação para 2023, mas eleva projeção para o próximo ano
Expectativa de inflação dos investidores supera o teto da meta definido pelo CMN para este ano, que é de até 4,75%. Números foram divulgados pelo Banco Central.
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília 20/03/2023 08h33 - Atualizado há 29 minutos
Os
economistas do mercado financeiro reduziram marginalmente a estimativa de
inflação deste ano, que passou de 5,96% para 5,95% – ao mesmo tempo em que
também elevaram a expectativa para 2024.
As
informações constam do relatório “Focus”, divulgado nesta
segunda-feira (20) pelo Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições
financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia.
Para este
ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e
4,75%.
Se
confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou
seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022,
a inflação somou 5,79%.
Quanto maior
a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que
recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam sem que
o salário acompanhe esse crescimento.
Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro subiu de 4,02% para 4,11% na semana passada.
A meta de
inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de
3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para definir
a taxa básica de juros e tentar conter a inflação, o BC já está mirando, neste
momento, na meta do ano que vem. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic
demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.
PIB
Para o
crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado
financeiro recuou de 0,89% para 0,88% na última semana.
O PIB é a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para
medir a evolução da economia.
Já para
2024, a previsão de crescimento caiu de 1,50% para 1,47%.
No começo de
março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o
PIB avançou 2,9% em 2022, contra uma alta de 5% no ano anterior.
Na última
semana, o Ministério da Fazenda estimou uma expansão do PIB de 1,61% para 2023
e de 2,34% para o próximo ano.
Taxa de
juros
O mercado
financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a
Selic, estável em 12,75% ao ano para o fim de 2023.
Atualmente,
a taxa Selic já está em 13,75% ao ano. O Copom também vem sinalizando de que os
juros vão se manter altos por um período mais prolongado.
Com isso, o
mercado financeiro segue estimando queda dos juros neste ano.
Para o fim
de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia ficou estável em
10% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo
outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a
projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 permaneceu em R$ 5,25. Para o
fim de 2024, ficou estável em R$ 5,30.
Balança
comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações
menos as importações), a projeção recuou de US$ 57 bilhões para US$ 55 bilhões
de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo ficou
estável em cerca de US$ 55 bilhões.
Investimento
estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos
estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 80 bilhões de
ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso continuou também em US$ 80
bilhões.