Macron enfrenta mais um dia de protestos em toda a França por causa do aumento da idade de aposentadoria
Macron enfrenta mais um dia de protestos em toda a França por causa do aumento da idade de aposentadoria
Governo diz que 1 milhão de pessoas se mobilizaram em diferentes cidades. Manifestantes criticam a decisão do governo de aprovar a mudança nas aposentadorias por um mecanismo que passa por cima dos deputados.
Por g1 23/03/2023 13h16 - Atualizado há 37 minutos
O nono dia
de protestos convocados pelos sindicatos contra a reforma da Previdência do
presidente Emmanuel Macron reuniu, nesta quinta-feira (23), 1,089 milhão de
pessoas em toda a França, segundo o Ministério do Interior.
O balanço de
quinta é inferior em 200 mil pessoas ao recorde das mobilizações contra o
aumento da idade de aposentadoria, registrado em 7 de março. A central sindical
CGT, por sua vez, estimou em 3,5 milhões o numero de manifestantes nos dois
casos.
Os
trabalhadores franceses estão insatisfeitos com a descisão de Macron de
aumentar a idade da aposentadoria de 62 pra 64 anos. Eles bloquearam o acesso a
um terminal do principal aeroporto de Paris, nesta quinta-feira (23), como
parte de protestos em todo o país, forçando alguns viajantes a chegar no local
a pé.
Protestos
na França
No aeroporto
Roissy-Charles De Gaulle e em toda a França, ações de pequenos grupos de
manifestantes bloqueavam estradas e acesso a escolas e universidades, enquanto
se reuniam com faixas com os dizeres “Não à reforma previdenciária”.
Perto de
Toulouse, no sudoeste, nuvens de fumaça foram vistas subindo de pilhas de
destroços em chamas paralisando o tráfego em uma rodovia. Ativistas sindicais
também bloquearam os trilhos do trem na estação Gare de Lyon, em Paris,
mostraram imagens da TV BFM.
Pesquisas de
opinião mostram que a maioria dos eleitores se opõe ao aumento da idade de
aposentadoria em dois anos, para 64 anos.
Os eleitores
ficaram ainda mais irritados com a decisão do governo na semana passada de
aprovar a mudança nas aposentadorias no Parlamento por um mecanismo que não
exige votação e com os comentários desafiadores de Macron na quarta-feira.
“Estou
em greve para protestar contra a reforma da previdência, mas também contra o
que está acontecendo no governo”, disse a funcionária de programação da
Air France Lucile Bidet, de 27 anos, em um ato em Nantes.
“Eles
não estão mais ouvindo as pessoas.”
Macron quebrou semanas de silêncio sobre a nova política para dizer que permanecerá firme e que a lei entrará em vigor até o final do ano, a certa altura comparando os protestos com a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021.