Previsão do mercado financeiro para inflação cai para 5,93%
Previsão do mercado financeiro para inflação cai para 5,93%
Expansão da economia teve alta de 0,88% para 0,9%.
Publicado em 27/03/2023 - 09:23 Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 5,95% para 5,93% este
ano. A estimativa consta no Boletim Focus desta segunda-feira (27), pesquisa
divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de
instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de
inflação de 4%, para os dois anos.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25%
para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou
para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
Da mesma
forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do
centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de
tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em
fevereiro, puxado pelo grupo educação, com os reajustes aplicados pelos
estabelecimentos de ensino na virada do ano, o IPCA ficou em 0,84%, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o
indicador acumulou alta de 1,37% no ano e de 5,6% nos últimos 12 meses,
percentual mais baixo do que os 5,77% verificados no período imediatamente
anterior.
Juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado
e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano em 12,75% ao
ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao
ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano, nos
dois anos.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e
câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano cresceu de 0,88% para 0,9%.
Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,4%. Para 2025 e 2026, o mercado
financeiro projeto expansão do PIB em 1,71% e 1,78%, respectivamente.
A
expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o fim deste ano. Para
o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30.
Edição:
Graça Adjuto