Críticas ao retorno de russos às competições são lamentáveis, diz COI
Críticas ao retorno de russos às competições são lamentáveis, diz COI
Thomas Bach defende que autonomia do esporte seja respeitada.
Publicado em 30/03/2023 - 18:19 Por Agência Brasil - Rio de Janeir
O presidente
do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, classificou como
“lamentáveis” as críticas de alguns países europeus às recomendações da
entidade, feitas na última terça-feira (28), para que federações esportivas
permitissem a volta de russos e bielorrussos às competições internacionais,
como atletas neutros em modalidades individuais. A exclusão dos atletas estava em vigor desde
fevereiro do ano passado, quando ocorreu a invasão militar da Rússia na
Ucrânia. Entre as nações que discordaram das medidas do COI para permitir que
russos e bielorrussos voltassem a competir estão Reino Unido, Alemanha,
Polônia, Ucrânia e República Tcheca, que defendem o banimento dos atletas
enquanto a guerra estiver em curso.
“É
lamentável ver que alguns governos não querem respeitar a maioria dentro do
movimento olímpico e todas as partes interessadas, nem a autonomia do
esporte”, afirmou Bach em entrevista coletiva, ao final de uma reunião do
comitê executivo em Lausanne (Suíça), de acordo com a agência de notícias
Reuters. “É lamentável que esses governos não abordem a questão de padrões
duplos. Não vimos um único comentário sobre a participação de atletas de países
das outras 70 guerras e conflitos armados ao redor do mundo”, completou o
dirigente.
“É
lamentável que esses governos não abordem a questão de padrões duplos. Não
vimos um único comentário sobre a participação de atletas de países das outras
70 guerras e conflitos armados ao redor do mundo”, afirmou Thomas Bach durante
coletiva nesta terça-feira (30) –
Reuters/Denis Balibouse/Pool/Direitos Reservados
O conjunto
de recomendações do COI às federações internacionais tem como objetivo permitir
que atletas de Rússia e Belarus voltem gradualmente ao cenário esportivo
mundial. A entidade estabeleceu alguns requisitos para que os atletas dos dois
países possam voltar a competir como neutros. Entre as condições estão a de não
ter apoiado a guerra ativamente; não ser contratado de instituições militares
ou agência de segurança; e se comprometer a não fazr referência aos próprios
países seja por meio de hinos, ou uso de uniformes com a bandeira (cores) nos
locais de competições.
Vale
ressaltar que segue indefinida a participação de russos e bielorrussos na
Olimpíada de Verão de Paris (2024) e nos Jogos de Inverno na Itália (2026). O
COI afirmou na última terça (28) que tomará a decisão sobre a presença deles
dois eventos “em momento apropriado”.
Descontentamento
russo
O presidente
do Comitê Olímpico Russo, Stanislav Pozdnyakov, considerou “inaceitáveis” os
critérios estabelecidos pelo COI para a volta dos atletas às disputas
internacionais. O dirigente também discordou que russos devam competir como
atletas neutros.
“Os
parâmetros anunciados são absolutamente inaceitáveis. Isso é discriminação com
base na nacionalidade, conforme observado repetidamente por especialistas
internacionais em direitos humanos…”, disse Pozdnyakov em entrevista
coletiva na última terça (28), segundo a agência Reuters. “O status neutro
é uma violação dos direitos humanos… Acreditamos que as condições propostas
são infundadas, sem base legal e excessivas. Discordamos categoricamente da
realização de procedimentos antidoping adicionais em relação aos atletas
russos”, concluiu o dirigente russo.
Edição:
Cláudia Soares Rodrigues