MEC deve autorizar vagas para cursos de medicina só onde faltam médicos, diz ministro
MEC deve autorizar vagas para cursos de medicina só onde faltam médicos, diz ministro
Proibição da abertura de novas faculdades que entrou em vigor em 2018 deixa de valer na quarta-feira (5). MEC terá de definir onde elas poderão ser instaladas.
Por André Teixeira e Gioras Xerez, g1 CE 03/04/2023 09h10 - Atualizado há um minuto
A proibição
da abertura de novos cursos de medicina no Brasil, em vigor desde 2018, vai
deixar de valer na quarta-feira (5). A ideia inicial do governo é permitir a
criação de vagas somente nas regiões onde faltam médicos, segundo o ministro da
Educação, Camilo Santana.
” A
ideia inicial é que ele tenha foco a partir do Programa Mais Médicos para
exatamente ter cursos onde há carência e da necessidade de médicos”, disse
Camilo nesta segunda-feira (3) em entrevista ao g1 Ceará.
A proibição
estabelecida durante o governo do ex-presidente Michel Temer era uma tentativa
de controlar a qualidade da formação de profissionais de saúde, após um “boom”
no surgimento de faculdades privadas (veja abaixo gráfico que mostra
distribuição dos cursos pelo país em 2018). Ficou estabelecido que essa
moratória valeria até a próxima quarta (5).
Santana
confirmou o fim da moratória, e disse que, após ela, o MEC e o Ministério da
Saúde vão elaborar um edital sobre o assunto.
Sem dar números, o ministro da Educação afirmou ainda que, em razão de decisões judiciais, o número de vagas de novos cursos de medicina cresceu mais durante a vigência da moratória do que antes dela.
‘”O que
aconteceu? Uma enxurrada de decisões judiciais […]. O objetivo da moratória
era reduzir o número de cursos, mas fez foi aumentar e temos que ver a
qualidade desses cursos que estão sendo oferecidos para os estudantes de
medicina no Brasil”, afirmou Santana ao Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares,
afiliada da TV Globo.
Os registros
das entidades que acompanham o assunto, entretanto, apontam que desde o início
da vigência da moratória, foram abertas 1,1 mil vagas por meio de decisões
judiciais. Além delas, também foram criadas outras 5 mil que tiveram pedido de
abertura feito antes do início da proibição. Ou seja, um total de 6 mil,
aproximadamente.
De 2014 a 2018, foram criadas 12 mil vagas em cursos de medicina, de acordo com os registros do MEC.