China cerca Taiwan com navios de guerra e munição real em exercício militar; EUA reagem
China cerca Taiwan com navios de guerra e munição real em exercício militar; EUA reagem
Pequim, que reivindica a ilha como seu território, elevou o nível de tensão na região em terceiro dia de manobras militares, em reação a recente viagem de presidente taiwanesa aos Estados Unidos.
Por g1 10/04/2023 07h40 - Atualizado há uma hora
A China
cercou totalmente a ilha de Taiwan nesta segunda-feira (10) com navios e aviões
de guerra e munição real durante o terceiro dia de exercícios militares que
realiza na região.
O cerco e a
artilharia pesada elevaram a tensão na região. Os Estados Unidos reagiram e
anunciaram ter feito manobras com um destroyer em uma zona marítima no sul da
China.
Já os
exercícios realizados pelas Forças Armadas chinesas ao redor de Taiwan foram os
últimos de uma série de três que Pequim faz desde sábado (8) na região, em
reação à viagem que a presidente de Taiwan fez na semana passada aos Estados
Unidos e em Belize e Guatemala, os únicos na América Latina que reconhecem a
ilha como país.
O governo
chinês reivindica Taiwan como parte de seu território, o que o governo taiwanês
nega.
Durante as manobras, 200 voos de aviões de guerra chineses foram registrados no espaço aéreo taiwanês e simularam o fechamento da ilha. Segundo as Forças Armadas chinesas, esta foi a primeira vez que suas tropas fizeram um cerco total de Taiwan.
Também foram
usados porta-aviões Shandong, que podem ser usados para impedir a entrada de
militares estrangeiros a Taiwan, segundo afirmou à agência de notícias
Associated Press o pesquisador do Instituto de Defesa Nacional e Pesquisa de
Segurança Han Gan-ming.
“No futuro,
se houver uma manobra militar semelhante, Taiwan terá de enfrentá-la sozinha”,
disse Han.
De acordo
com o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan, entre os aviões que cruzaram o
espaço aéreo de Taiwan estavam oito caças J-16, quatro caças J-1, oito caças
Su-30 e aviões de reconhecimento. Taiwan também rastreou caças J-15, que estão
emparelhados com o porta-aviões Shandong.
No final da
manhã de segunda-feira, o Ministério da Defesa de Taiwan relatou outros 59 voos
de bombardeiros, além de vários caças.
Reação
dos EUA
Em reação às
manobras chinesas, os Estados Unidos anunciaram que o contratorpedeiro de
mísseis USS Milius navegou no Mar da China Meridional em uma operação de
“liberdade de navegação” – a China construiu uma ilha artificial
nessa região para reivindicar o território disputado.
A China alegou que os EUA “invadiram ilegalmente” as águas perto da ilha sem permissão, de acordo com um comunicado do comando militar chinês do sul.