Lula, 100 dias: Sadi, Julia, Guedes e Valdo analisam acertos e erros do início do terceiro mandato do presidente
Lula, 100 dias: Sadi, Julia, Guedes e Valdo analisam acertos e erros do início do terceiro mandato do presidente
Os comentaristas da GloboNews e do g1 Andréia Sadi, Julia Duailibi, Octavio Guedes e Valdo Cruz falam sobre propostas e desafios do governo, que completa cem dias nesta segunda-feira (10).
Por g1 10/04/2023 08h55 - Atualizado há uma hora
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) completa cem dias de seu terceiro mandato nesta segunda-feira (10).
Veja comentários sobre acertos e erros
do governo até aqui na análise destes quatro colunistas da GloboNews e do g1:
– Andréia Sadi
– Julia Duailibi
– Octavio Guedes
– Valdo Cruz
Andréia Sadi
Ponto positivo:
Andréia Sadi cita que o governo Lula
começou tendo de “enfrentar uma crise bastante tumultuada, que foi a
reação aos atos golpistas de janeiro”. Ela considera positiva a reação do
governo (“bastante enérgica, reafirmando a democracia, chamando as
autoridades competentes à responsabilidade”).
Ponto negativo:
A colunista analisa como desfavorável
a postura de Lula ao transformar a discussão sobre a queda de juros em uma
“questão pessoal com Roberto Campos Neto [presidente do Banco
Central]”.
Ela também crê ser um erro a opção do
presidente de “chamar para briga” o ex-juiz e senador Sergio Moro
(União Brasil-PR). Segundo ela, os embates com o ex-ministro de Jair Bolsonaro
e as críticas a Campos Neto significam “brigar para baixo, no caso do
presidente da República”.
Julia Duailibi
Ponto positivo:
Para Julia Duailibi, uma surpresa
positiva foi a retomada de programas sociais, “que era uma demanda
importante diante da crise”. Na análise dela, o governo conseguiu se
articular para resgatar marcas dos primeiros mandatos de Lula e até mesmo da
gestão Dilma. Segundo a avaliação, essa era “uma questão de
urgência”, à qual o governo conseguiu responder.
Ponto negativo:
Neste início de mandato, afirma a colunista, Lula deu declarações que “acabaram jogando contra o próprio governo”. Ela cita como exemplo o gesto de “alçar antagonistas, como Sergio Moro, à condição de “adversário real”.
Nas questões econômicas, também houve
declarações do presidente que representaram “um tiro no pé” do
governo, afirma Julia.
Octavio Guedes
Ponto positivos:
Para Octavio Guedes, “o que mais
surpreendeu positivamente foi a rapidez com o que o governo Lula entendeu como
se daria a tentativa de golpe” e “decretou uma intervenção federal
civil no DF”. Segundo o colunista, em lugar de um golpe como 1964, seria
“um pedido de ajuda aos militares para se tornar um governo fraco,
tutelado pelas Forças Armadas”.
Ponto negativo:
“A surpresa negativa é que este é
um governo em que poucas autoridades transparecem alegria; a maioria é sempre
irritada, como se o governo tivesse saído de uma grande crise de
enxaqueca”, afirma Guedes. Ele cita como exemplo “declarações
raivosas”, inclusive de Lula. “Eu só vejo três pessoas transmitido
alegria, paz e serenidade para a nação: a Janja, que é a primeira-dama, o
[vice-presidente Geraldo] Alckmin e o [ministro da Justiça Flávio] Dino.”
Valdo Cruz
Ponto positivo:
Na visão de Valdo Cruz, Lula “acertou, e muito, na área social e na área ambiental”, ao trazer “um clima de civilidade ao país, focando nas famílias mais vulneráveis e mostrando que o Brasil está de volta, no campo internacional, para debater as mudanças climáticas”.
Ponto negativo:
O colunista analisa que Lula
“errou, e errou feio, exatamente na área em que ele é um craque, na
política”. “Em vez de pacificar, ele andou polarizando não só com o
ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também com o ex-ministro Sergio Moro.”
Para Valdo, Lula tropeçou em seus
discursos sobre economia. “Enquanto [o ministro da Fazenda] Fernando
Haddad busca acertar o passo e resgatar a credibilidade econômica, Lula vai na
direção contrária, ataca uma instituição – e no estilo Bolsonaro, desferindo
alfinetada na direção de Roberto Campos Neto”.
Segundo o colunista, os juros vão
acabar demorando a cair, “por conta dos ruídos produzidos pelo próprio
presidente da República”.