Conselho de Medicina proíbe prescrição de anabolizantes para fins estéticos, ganho de massa muscular e desempenho esportivo
Conselho de Medicina proíbe prescrição de anabolizantes para fins estéticos, ganho de massa muscular e desempenho esportivo
Medida foi publicada nesta terça-feira (11) e atende pedido de sociedades médicas. Categoria está preocupada com alta nas complicações pelo uso indevido de hormônios.
Por Wesley Bischoff, g1 — São Paulo 11/04/2023 01h54 - Atualizado há 2 horas
O Conselho
Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição de esteroides androgênicos e
anabolizantes com finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do
desempenho esportivo. A medida foi publicada no Diário Oficial da União, nesta
terça-feira (11).
A decisão
foi tomada após seis sociedades médicas divulgarem uma carta conjunta pedindo
para que o CFM votasse uma regulamentação sobre o uso de esteroides
anabolizantes e similares para fins estéticos e de performance.
De acordo
com a norma, os médicos ficam impedidos dos seguintes procedimentos:
– utilização
de qualquer formulação de testosterona em pacientes sem o diagnóstico de
deficiência do hormônio, exceto em situações previstas por outras normas;
– utilização
de formulações de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos com a
finalidade estética;
– utilização
de formulações de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos com a
finalidade de melhora do desempenho esportivo, para atletas amadores e
profissionais;
– prescrição
de hormônios divulgados como “bioidênticos”, em formulação
“nano” ou nomenclaturas de cunho comercial e sem a devida comprovação
científica de superioridade clínica;
– prescrição
de Moduladores Seletivos do Receptor Androgênico (SARMS), para qualquer
indicação, por serem produtos com a comercialização e divulgação suspensa no
Brasil;
– realização
de cursos, eventos e publicidade com o objetivo de estimular e fazer apologia a
– possíveis benefícios de terapias androgênicas com finalidades estéticas, de
ganho de massa muscular ou de melhora de performance esportiva.
Aumento
de casos de complicações
Ao solicitar
a discussão da proibição, as sociedades médicas afirmaram estarem preocupadas
com o aumento no número de casos de complicações pelo uso indevido de
hormônios, além de conteúdos publicados em redes sociais que promovem o uso
desses recursos.
“Essa
ação se faz necessária, por atingir não apenas a classe médica, mas por ter
caráter pedagógico e de alerta ao público leigo, também amplamente atingido por
informações deturpadas e inconsequentes a respeito desse assunto, mas comumente
bem elaboradas e atraentes”, dizem as sociedades médicas.
A carta conjunta foi assinada pela Sociedade
Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício, Sociedade Brasileira de
Cardiologia, Sociedade Brasileira de Urologia, Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia, Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia e Federação Brasileira de Gastroenterologia.