Análise: desgaste e desfalques fazem Palmeiras enfrentar problemas de um time comum
Análise: desgaste e desfalques fazem Palmeiras enfrentar problemas de um time comum
Verdão sai atrás nos últimos quatro jogos, vence três e busca empate com o Vasco, neste domingo; rendimento está abaixo, mas longe de significar que rivais terão vida fácil.
Por Emilio Botta — São Paulo 24/04/2023 04h00 - Atualizado há 5 horas
Nos últimos quatro jogos que disputou, o Palmeiras saiu atrás no placar em todos. Venceu de virada três deles e empatou por 2 a 2 com o Vasco, no último domingo, no Maracanã, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
Pode até parecer buscar problema onde não existe, mas fato é que os desfalques e o desgaste físico pela maratona de jogos por três competições diferentes têm deixado o Palmeiras abaixo do seu padrão.
Sim, é importante lembrar que o Palmeiras foi derrotado apenas nove vezes nos seus 101 últimos jogos. Mas isso não quer dizer que mesmo perdendo pouco o time não fique mais próximo de ser derrotado. E isso tem acontecido, ainda que não tenha se refletido nos números.
Até Dudu, um dos ícones deste Palmeiras, reconheceu após a virada contra o Cerro Porteño, quinta-feira, que uma hora sair atrás no placar cobraria seu preço. Neste domingo ainda não cobrou totalmente, mas foi quase: um 2 a 0 contra, com o Vasco jogando melhor, mas que se tornou empate após gols de Rafael Navarro e Artur.
Em 22 partidas partidas na atual temporada, o Palmeiras perdeu apenas duas vezes: no jogo de ida da final do Campeonato Paulista – reverteu o resultado na volta e foi campeão – e na estreia da Libertadores fora de casa contra o Bolívar, quando poupou os titulares para a final do estadual.
A reflexão proposta nessa análise é, ao mesmo tempo, mostrar que o Palmeiras segue tendo um time forte diante dos vários desfalques e do desgaste físico de um elenco que muitas vezes não tem as 72 horas de descanso citadas por Abel Ferreira, consideradas ideais.
– Não tínhamos jogadores no máximo de sua capacidade, difícil manter intensidade durante o jogo todo. Conseguimos trabalhar essa parte mental, infelizmente tivemos que buscar o resultado e sabemos que gastamos uma energia extra com isso.
– Se tivéssemos controlado o jogo de quinta poderíamos ter poupado energia para o jogo de hoje, e hoje também aconteceu isso. Na quarta-feira teremos que estar preparados para mais um jogo – disse João Martins, auxiliar de Abel Ferreira após o empate contra o Vasco.
Com esses dois fatores, o Palmeiras passa a ser um time mais exposto e propenso a ser derrotado. Não é uma mera coincidência ter saído atrás no placar nas últimas quatro partidas, mesmo tendo vencido três delas.
Contra Tombense, Cuiabá, Cerro Porteño e Vasco, o Palmeiras flertou com a derrota. Claro que apesar das ausências de nomes como Raphael Veiga, Rony e em determinados momentos de Piquerez, entre outros, o Verdão segue tendo um elenco muito entrosado, o que diminui consideravelmente o risco.
O que o Palmeiras não tem conseguido diminuir é a oscilação diante de um momento turbulento, que ainda assim está longe de representar uma pedra no caminho do time que vai disputar todos os títulos dos campeonatos que tem pela frente.
O time quase imbatível formado por jogadores que parecem ter poderes especiais pode estar mais próximo do nível dos seus rivais, vivendo a realidade nua e crua do futebol, mas ainda segue sendo, descansado e completo, o maior campeão do Brasil.