Mortos em seita de jejum no Quênia chegam a 58
Mortos em seita de jejum no Quênia chegam a 58
Membros foram incentivados a ficar sem comer para "conhecer Jesus" por líder de igreja, segundo investigação. Corpos estavam em vala comum.
Por g1 24/04/2023 06h57 - Atualizado há 3 horas
Subiu para
58 o número de mortos em uma seita do Quênia que incentivava os seguidores a
jejuarem, afirmou a polícia do país nesta segunda-feira (24).
Os corpos
foram encontrados ao longo dos últimos três dias em Malindi, no leste do país.
Os mortos faziam parte da Igreja Internacional da Boa Nova. O fundador da
igreja, Makenzie Nthenge, incentivou os seguidores a fazerem jejum total
“para conhecer Jesus”, segundo as investigações.
Nthenge foi
preso há dez dias, mas seus seguidores seguem escondidos jejuando, segundo a
polícia.
Parte dos
corpos estava em uma vala comum em uma floresta na região, mas o chefe das
investigações local, Charles Kamau, afirmou que a polícia ainda busca por
desaparecidos.
Na semana
passada, as autoridades encontraram os corpos de quatro adeptos da igreja. Os
investigadores chegaram à região após uma denúncia que apontava a existência de
uma possível vala comum. Muitos adeptos da seita ainda estão escondidos em uma
área de mata para fazer o jejum.
Uma mulher
foi encontrada no domingo (23) pelas autoridades com fraqueza recusando-se a
ingerir alimentos. Ela foi levada a um hospital. Outros 11 fiéis, sete homens e
quatro mulheres de entre 17 e 49 anos, foram hospitalizados na semana passada
após receberem ajuda na floresta, conhecida como Shakahola.
Uma fonte
policial afirmou que Nthenge iniciou uma greve de fome e que “está orando
e jejuando” enquanto permanece preso. Segundo a imprensa local, seis
seguidores de Makenzie Nthenge também foram detidos.
Em um
relatório, a polícia indicou que recebeu informações sobre várias pessoas
“mortas de fome com o pretexto de conhecer Jesus depois que um suspeito,
Makenzie Nthenge, pastor da Igreja Internacional da Boa Nova, fez nelas uma
lavagem cerebral”.
De acordo com a mídia local, Makenzie Nthenge já havia sido detido e indiciado no mês passado depois que duas crianças da seita morreram de fome. No entanto, ele pagou uma fiança de 100.000 xelins quenianos (cerca de R$ 3,7 mil) e foi liberado.