Mercado financeiro eleva estimativa de inflação em 2023 para 6,04% e vê alta maior do PIB
Mercado financeiro eleva estimativa de inflação em 2023 para 6,04% e vê alta maior do PIB
Patamar supera o teto da meta definido pelo governo para este ano, que é de até 4,75%. Números foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda (24).
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília 24/04/2023 08h34 - Atualizado há uma hora
Os
economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano,
de 6,01% para 6,04%, e também passaram a projetar um crescimento maior da
economia. Foi a quarta alta seguida na expectativa de inflação desse ano.
A informação
consta do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo
Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana
passada sobre as projeções para a economia.
Para este
ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN), e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75%
e 4,75%.
Se
confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou
seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022,
a inflação somou 5,79%.
Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Para 2024, a
projeção de inflação do mercado financeiro ficou estável em 4,18% na semana
passada.
A meta de
inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de
3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para definir
a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando,
neste momento, na meta do ano que vem. Isso ocorre porque as mudanças na taxa
Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
PIB
Para o crescimento
Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro subiu
de 0,90% para 0,96% na última semana.
O PIB é a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para
medir a evolução da economia.
Já para 2024,
a previsão de crescimento subiu de 1,40% para 1,41%.
No começo de
março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o
PIB avançou 2,9% em 2022, contra uma alta de 5% no ano anterior.
Na última
semana, o Ministério da Fazenda estimou uma expansão do PIB de 1,61% para 2023
e de 2,34% para o próximo ano.
Taxa de
juros
O mercado
financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a
Selic, em 12,50% ao ano para o fim de 2023. Atualmente, o índice está em 13,75%
ao ano.
Para o fim
de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia ficou estável, em
10% ao ano. Com isso, o mercado segue estimando queda do juro também no próximo
ano.
Outras
estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a
projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 caiu de R$ 5,24 para R$ 5,20.
Para o fim de 2024, caiu de R$ 5,26 para R$ 5,25.
Balança
comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações
menos as importações), a projeção subiu, de US$ 55,5 bilhões para US$ 57,7
bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo
ficou estável em US$ 52,3 bilhões.
Investimento
estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos
estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 80 bilhões de
ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso continuou também em US$ 80
bilhões.