GSI divulga imagens do dia da invasão no Palácio do Planalto
GSI divulga imagens do dia da invasão no Palácio do Planalto
Elas estavam sob sigilo por fazer parte de inquérito policial.
Publicado em 23/04/2023 - 16:42 Por Agência Brasil - Brasília
O Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) divulgou, em seu
site, arquivos das imagens das câmeras do circuito interno de segurança do
Palácio do Planalto gravadas no dia 8 de janeiro de 2023. Nesse dia, centenas
de manifestantes invadiram e vandalizaram a sede do Poder Executivo.
As imagens
estavam sob sigilo por fazer parte de inquérito policial que investiga os
ataques de 8 de janeiro, mas trechos delas foram divulgadas pela CNN na última
quarta-feira (19). Na sexta-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas,
determinou a quebra do sigilo das imagens para envio à investigação que está em
andamento no STF.
O então
ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão depois de
aparecer nas imagens junto com outros funcionários da pasta, no momento em que
os vândalos invadiam o Palácio. Pelo menos nove desses servidores foram
identificados pelo próprio GSI.
Alexandre de
Moraes determinou que todos eles fossem ouvidos pela PF no prazo de 48 horas. A
Polícia Federal (PF) está colhendo neste domingo (23) os depoimentos. Dias já
prestou seu depoimento antes do fim de semana.
Na última
sexta-feira (21), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
disse, em entrevista, que os depoimentos à PF são importantes para apurar
responsabilidades.
“Imagens, sobretudo quando elas têm algum grau de edição, não são instrumentos que possam provar absolutamente nada. São instrumentos que as instituições que podem fazer a apuração devem utilizar, como outros, para identificar a responsabilidade de todos aqueles que aparecem”, disse o ministro.
Padilha
ressaltou que o ex-ministro Gonçalves Dias tem uma “biografia” de serviços
públicos prestados nas Forças Armadas e na segurança da Presidência da
República em outros governos. “Aquelas imagens, a priori, não desmontam essa
biografia, mas é muito importante que ela sirva de instrumento, com outros,
para que a apuração seja feita pela Polícia Federal e pelo Judiciário”.
O ministro
Padilha afirmou ainda que o presidente Lula solicitou ao ministro interino do
GSI, Ricardo Capelli, que faça um raio-x dos servidores que estão hoje no GSI e
que possam ter participado dos atos golpistas.
Em nota
divulgada no dia 19, o GSI, informou que os agentes estavam buscando evacuar o
quarto e o terceiro piso para concentrar os invasores no segundo andar, onde
foram presos depois da chegada da Polícia Militar do Distrito Federal.
Na nota, o
GSI informou ainda que as ações dos agentes da pasta no dia da invasão estão
sendo investigadas e, caso sejam comprovadas condutas irregulares, eles serão
responsabilizados.
CPMI
Na
entrevista de sexta-feira, o ministro Alexandre Padilha afirmou que o governo
está aguardando a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
dos atos golpistas de 8 de janeiro para montar sua estratégia.
“O que eu
sinto, tanto na Câmara quanto no Senado, desde o dia 8 de janeiro, é uma ampla
maioria que rechaça os atos terroristas do dia 8. O Legislativo foi atacado,
foi invadido, foi violentado. Quem praticou aqueles atos terroristas não queria
reconhecer a eleição do presidente da República, mas também não queria
reconhecer o papel do Congresso”.
Segundo ele,
a CPMI terá o papel de desmontar “uma teoria conspiratória absurda de que as
vítimas” foram as responsáveis pelos atos terroristas. Padilha acusou o
ex-presidente Jair Bolsonaro de ser “responsável moral, espiritual e
organizativo” pelos atos. O ministro disse que tanto a PF quanto a CPMI vão
atrás daqueles que financiaram, planejaram e mobilizaram e também dos
servidores que possam ter auxiliado os invasores dentro do Palácio do Planalto.
Edição:
Graça Adjuto