Biden anuncia que vai concorrer à reeleição
Biden anuncia que vai concorrer à reeleição
Presidente dos EUA, de 80 anos, lançou oficialmente campanha para um segundo mandato em 2024, ao lado da vice Kamala Harris.
Por g1 25/04/2023 07h01 - Atualizado há 3 minutos
O presidente
dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (25) que vai
concorrer à reeleição ao cargo em 2024.
Biden, de 80
anos, lançou oficialmente sua campanha para o segundo mandato. Ele concorrerá
ao lado da atual vice-presidente, Kamala Harris. A candidatura dos dois foi
oficialmente protocolada também nesta terça (leia mais sobre os perfis de Biden
e Harris abaixo).
O anúncio
oficial – na semana passada Biden já havia dito que deveria se candidatar
novamente – foi feito por meio de um vídeo de três minutos divulgado pela Casa
Branca nesta manhã.
Nele, Biden
pede aos eleitores mais tempo para “terminar o trabalho” que começou e que
deixem de lado as preocupações pelo fato de ele ser um dos presidentes mais velhos
da história do país – uma pesquisa desta semana mostrou que essa é uma das
principais barreiras à sua candidatura (leia mais abaixo).
Caso
reeleito, o atual presidente terá 86 anos ao final do segundo mandato.
No anúncio
oficial, o líder dos EUA disse ainda estar travando uma batalha pelo resgate da
alma de seu país, um discurso que ele fez na primeira campanha, em 2020.
“Eu
disse que estamos em uma batalha pela alma da América, e ainda estamos”,
disse. “A questão que enfrentamos é se nos próximos anos teremos mais
liberdade ou menos liberdade. Mais direitos ou menos. Liberdade. A liberdade
pessoal é fundamental para quem somos como americanos. Não há nada mais
importante. Nada mais sagrado”, disse Biden no vídeo.
Democratas
divididos
A campanha
de Biden à reeleição está dividindo os democratas do país. Cerca de metade
deles é contra a reeleição, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada esta
semana. Nela, 44% dos entrevistados democratas disseram que Biden não deveria
concorrer a um segundo mandato.
Desde que
assumiu o cargo em janeiro de 2021, Biden tem sido perseguido por uma inflação
alta e baixos índices de aprovação. Apenas 41% dos entrevistados – incluindo
74% dos democratas e 10% dos republicanos – aprovaram seu desempenho como
presidente.
Sua campanha
de reeleição enfrenta o desafio de despertar entusiasmo entre os democratas
para garantir que votem em novembro de 2024.
No entanto,
poucas coisas unificaram os eleitores democratas como a perspectiva de Donald
Trump voltar ao poder. Biden pode concorrer novamente com o ex-presidente
Donald Trump, que já anunciou que vai se candidatar – mas Trump precisa passar
pelas primárias do seu partido, o Republicano.
O vídeo de
lançamento da campanha coloca ainda o Partido Republicano como extremista e
cita medidas apoiadas pelos republicanos como a reversão do acesso ao aborto, o
corte da Previdência Social, limitar os direitos de voto e proibir livros em
escolas. “Em todo o país, os extremistas estão fazendo fila para tirar essas
liberdades fundamentais”, disse ainda Biden.
Joe Biden
e Kamala harris
Joe Biden
tem vida pública desde 1969, quando iniciou a carreira política como vereador
de um condado do estado do Delaware. Três anos depois, em 1972, aos 29 anos,
ele venceu eleições para o Senado do país pela primeira vez e se tornou uma das
pessoas mais jovens a ocupar o cargo de senador nos EUA. O presidente era
Richard Nixon, e o país ainda estava a três anos de sair da Guerra do Vietnã.
Depois
disso, Biden se reelegeu outras cinco vezes, até assumir o cargo de
vice-presidente na chapa de Barack Obama, em 2008. Ele teve cargos como
deputado eleito entre 1969 e 2017.
Oficialmente,
sua vida como um político de projeção nacional começou em um hospital, mas por
um motivo trágico. Em 1972, Biden já tinha sido eleito senador, mas ainda não
havia tomado posse quando sua mulher se envolveu em um acidente de carro em
Delaware. Os filhos do casal estavam no carro. Biden perdeu a esposa e a filha
mais nova, de 18 meses.
Kamala
Harris chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca e liderou
algumas das pesquisas internas do Partido Democrata antes da eleição de 2020.
No entanto, foi perdendo apoio até deixar de vez a corrida presidencial e
entrar na chapa como vice.
Formada em
direito e ex-procuradora do distrito de San Francisco e do estado da
Califórnia, Harris ganhou projeção nacional ao questionar duramente, em
sabatinas no Senado, indicados por Trump para cargos de juiz da Suprema Corte e
de Secretário de Justiça.
Harris
nasceu numa família de imigrantes: a mãe dela é indiana, e o pai, jamaicano. Os
dois tiveram vidas marcadas pela narrativa do “sonho americano”. A
mãe, que morreu em 2009, se tornou uma notável pesquisadora de câncer e
ativista de direitos civis. O pai, hoje com 82 anos, foi professor de economia.