Previsão de inflação do mercado financeiro cai para 6,02% em 2023
Previsão de inflação do mercado financeiro cai para 6,02% em 2023
Informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Publicado em 08/05/2023 - 09:43 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Após o Banco
Central optar por manter os juros básicos da economia em 13,75%, a previsão do
mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
considerada a inflação oficial do país, caiu de 6,05% para 6,02% este ano. A
estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (8), pesquisa divulgada
semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições
financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação ficou em 4,16%. Para 2025 e 2026, as previsões são de
inflação de 4% para os dois anos.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para
2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, a
chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção
do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta
prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de fevereiro: 0,84%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.
Para abril,
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – que mede a
prévia da inflação oficial – ficou em 0,57% deste ano. A taxa é inferior na
comparação com as de março de 2023 (0,69%) e de abril de 2022 (1,73%). O IPCA
de abril será divulgado pelo IBGE na próxima sexta-feira (12).
Juros
básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado
e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Na semana
passada, mesmo com as pressões do governo federal pela redução da Selic, o
Copom manteve a taxa em 13,75% pela sexta vez seguida. Os efeitos do aperto
monetário são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia.
A decisão de
manutenção da Selic era esperada pelo mercado financeiro, com a previsão que
ela se mantenha nesse patamar até, pelo menos, a reunião do Copom de agosto. De
acordo com a pesquisa do Boletim Focus de hoje, a expectativa é de que a Selic
encerre 2023 em 12,5% ao ano.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
Para o fim
de 2024, a estimativa do mercado é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já
para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano, para os dois
anos.
PIB e
câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano se mantém em 1%, mesma da semana passada.
Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,4%. Para 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8%, para ambos os anos.
A estimativa para a cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.
Edição:
Valéria Aguiar