Ex-ministro da Justiça depõe à Polícia Federal nesta tarde
Ex-ministro da Justiça depõe à Polícia Federal nesta tarde
Interrogatório será sobre ação da PRF no segundo turno das eleições.
Publicado em 08/05/2023 - 10:57 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O
ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres deve depor, nesta
segunda-feira (8), à Polícia Federal (PF), em Brasília. Previsto para começar
às 14h30, o interrogatório ocorre no âmbito do inquérito que apura a suspeita
de que, durante as eleições de 2022, parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
atuou para dificultar o acesso às urnas por eleitores de regiões onde o então
candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha vencido o primeiro
turno.
Torres é
suspeito de, à frente do ministério, ao qual a PRF é subordinada, ter agido
para que a corporação alterasse seu planejamento operacional para as eleições,
intensificando a fiscalização em rodovias do Nordeste.
Atos
antidemocráticos
Torres está
preso, desde janeiro deste ano, quando ocupava o cargo de secretário de
Segurança Pública do Distrito Federal. Sua detenção foi determinada pelo
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Alexandre de Moraes, no escopo de outra investigação: a que
apura a suposta omissão ou facilitação de agentes públicos na invasão e
depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do prédio do STF, em
8 de janeiro. A prisão de Torres foi posteriormente validada pelo STF, por 9
votos a 2.
Torres nega
todas as acusações. Por meio de seus advogados, o ex-ministro e ex-secretário
distrital afirma não ter sido conivente com a invasão dos prédios públicos, acrescentando
que, no dia 8 de janeiro, estava de férias, nos Estados Unidos, para onde tinha
viajado na véspera. Torres também nega ter ordenado ou sugerido que a PRF
agisse para constranger a movimentação de eleitores.
Estado de
saúde
O
ex-secretário distrital seria ouvido pela PF no último dia 24, mas o depoimento
foi adiado a pedido da defesa de Torres, que alegou que o estado de saúde do
ex-ministro vem se deteriorando desde que ele foi preso, no Batalhão de Aviação
Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.
Na ocasião,
a defesa de Anderson Torres voltou a pedir ao STF a libertação de seu cliente.
No recurso, os advogados anexaram um laudo produzido por uma psiquiatra da rede
pública do Distrito Federal favorável à prisão domiciliar do ex-secretário que,
segundo seus advogados, tem apresentado recorrentes pensamentos suicidas.
Diante do
pedido, o ministro Alexandre de Moraes pediu que fosse avaliada a possibilidade
de Torres ser transferido para um hospital penitenciário. O ministro também
determinou que Torres prestasse depoimento até hoje (8) e, na sequência, que
seguisse detido no Batalhão de Aviação Operacional.
Edição:
Kelly Oliveira