200 mil pessoas fugiram do Sudão desde o início dos conflitos, diz ONU
200 mil pessoas fugiram do Sudão desde o início dos conflitos, diz ONU
Levantamento leva em consideração a migração em massa para Chade, país vizinho, registrada nos últimos dias.
Por g1 12/05/2023 06h57 - Atualizado há uma hora
Cerca de 200
mil pessoas fugiram do Sudão para países vizinhos desde o início dos conflitos
internos no mês passado, disse um porta-voz da ONU nesta sexta-feira (12),
acrescentando que dezenas de milhares chegaram ao Chade nos últimos dias.
Durante o
mesmo discurso, o porta-voz informou que uma fábrica em Cartum que produzia
alimentos para crianças desnutridas foi incendiada.
A ONU
expressou otimismo alegando que os mediadores podem chegar a um cessar-fogo nos
próximos dias. A organização confirmou ainda que tinha garantias de um dos
lados de que continuariam negociando na Arábia Saudita.
“Acho
que o elemento mais importante deste entendimento que foi assinado ontem à
noite é que ambos os lados se comprometem a continuar suas negociações”,
disse Volker Perthes, representante especial do secretário-geral para o Sudão,
a jornalistas em Genebra, acrescentando que conversou com um deles
recentemente.
O que
aconteceu no Sudão?
Em 16 de abril confrontos entre paramilitares e forças do governo eclodiram em Cartum, capital do Sudão, que se espalharam por outras partes do país africano.
Esses
combates foram resultado de meses de tensão entre dois líderes militares
rivais. As Forças Armadas do Sudão, lideradas pelo general Abdel Fatah
al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido (FAR), lideradas pelo vice-presidente do
Conselho Soberano, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, trocaram
acusações sobre quem provocou o conflito.
Quatro anos atrás, os dois se uniram para derrubar o presidente Omar al-Bashir, que governou o país por 26 anos. Mas surgiram diferenças entre eles, principalmente quanto à integração entre as duas forças e a devolução do poder aos civis. Os dois lados concordaram com uma trégua humanitária para o socorro aos feridos, mas a pausa não durou muito.