Previsão da inflação subiu para 6,03% este ano, diz Boletim Focus
Previsão da inflação subiu para 6,03% este ano, diz Boletim Focus
Expectativa é que taxa básica de juros encerre 2023 em 12,5% ao ano.
Publicado em 15/05/2023 - 10:14 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu
de 1% para 1,02%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (15), pesquisa
divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os
principais indicadores econômicos.
Para o
próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e
serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,38%. Em 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.
A previsão
para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a
inflação oficial do país – também variou de 6,02% para 6,03% neste ano. Para
2024, a estimativa de inflação ficou em 4,15%. Para 2025 e 2026, as previsões
são de 4%, para os dois anos.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para
2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a
chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em abril,
influenciado pelo aumento dos remédios, o IPCA ficou em 0,61%, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior
à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.
Taxa de
juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano
passado, e é o maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao
ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano.
Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao
ano, respectivamente.
O patamar da
Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando
o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda
aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem
o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem
dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
Já a
estimativa do mercado para a cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste
ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique neste
mesmo patamar.
Edição:
Maria Claudia