Vinicius Junior se sente desprotegido e não descarta deixar Espanha
Vinicius Junior se sente desprotegido e não descarta deixar Espanha
Novo episódio de racismo gera novo desgaste, e faz atacante repensar continuidade no Real Madrid. Brasileiro não vê reação de federação, árbitros e muito menos de LaLiga.
Por Daniel Mundim — Rio de Janeiro 22/05/2023 03h00 - Atualizado há 5 horas
Vinicius
Junior escolheu o Real Madrid para realizar um sonho. O atacante ama o clube e
nunca hesitou em demonstrar seu sentimento. Mas os seguidos episódios de
racismo no futebol espanhol deixam o atacante cada vez mais esgotado, e a
possibilidade de deixar a Espanha é avaliada pela equipe do jogador.
A informação
sobre tal possibilidade foi publicada pela ESPN Brasil e confirmada pelo ge.
Foi o nono episódio de racismo sofrido por Vinicius Junior em um jogo na
Espanha nos últimos anos. As agressões se intensificaram na atual temporada,
quando o atacante começou a se posicionar de forma mais contundente contra os
ataques.
Diante dos
seguidos casos de racismo, uma possível saída da Espanha foi levantada entre as
pessoas que cuidam da carreira do jogador. A equipe quis se certificar de que o
brasileiro ainda se sentia confortável no Real Madrid. Até aqui, Vinicius nunca
se mostrou aberto a deixar o time e sempre reiterou seu carinho pelo clube.
No entanto, o atacante chegou ao limite com os insultos recebidos na derrota por 1 a 0 para o Valencia. Vinicius se sente desprotegido no futebol espanhol pela liga, pela Federação Espanhola e pelos árbitros. Os seguidos embates com o presidente de LaLiga, Javier Tebas, mostram que o brasileiro não tem tido uma resposta positivo às suas cobranças por ações contra os insultos recebidos em campo.
Não em vão,
sua última frase em texto publicado após o jogo do último domingo avisou que
ele seguirá combatendo o racismo “mesmo longe daqui (Espanha)”.
O brasileiro
tem 10 amarelos no Campeonato Espanhol, dos quais seis foram por reclamação, e
foi expulso pela primeira vez na temporada. Ele foi amarelado ainda cinco vezes
na Copa do Rei. Na Champions, Vinicius tomou apenas um amarelo em 11 jogos.
A postura
fria do Real Madrid também incomoda. Alguns jogadores e o técnico Carlo
Ancelotti se solidarizam com o brasileiro e exigem punições, mas o clube não
faz manifestações oficiais sobre os seguidos casos de racismo.
Uma saída do
Real Madrid, porém, não é uma operação simples. Vinicius Junior assinou
renovação de contrato até 2027 recentemente. O acordo, porém, ainda não foi
anunciado. O clube só negociaria um de seus principais jogadores por um valor
considerável.
O racismo
em Valencia x Real Madrid
No domingo,
Vini acusou parte da torcida do Valencia de chamá-lo de “macaco” no
segundo tempo. O jogo chegou a ficar paralisado por cerca de oito minutos. Nos
minutos finais, o brasileiro foi expulso após confusão com o goleiro
Mamardashvili.
Após a
partida, o brasileiro usou as redes sociais para dois posicionamentos
diferentes. Em um deles, o atacante disse que sua expulsão foi um “prêmio
por sofrer racismo”. O atacante ironizou a postura da liga ao compartilhar
o slogan da entidade que rege o Campeonato Espanhol.
LaLiga tinha
registrado até o fim de março oito reclamações na Justiça por racismo contra
Vinicius Junior nesta temporada. A liga espanhola criou em fevereiro uma
comissão específica para lidar com casos relacionados ao brasileiro.
Em nota
divulgada após a partida deste domingo, LaLiga declarou que vai investigar os
“incidentes” ocorridos no estádio Mestalla. A liga também informou que
já solicitou todas as imagens disponíveis para investigar o caso e, caso
necessário, vai tomar “todas as medidas cabíveis”.
O Valencia, por sua vez, emitiu comunicado condenando “qualquer tipo de insulto, ataque no futebol”. O clube se declarou contrário à violência física e verbal nos estádios e lamentou o ocorrido no jogo contra o Real Madrid. Porém, classificou o caso como “episódio isolado” e prometeu tomar “as medidas mais severas” após investigação. Além disso, condenou qualquer ofensa e pediu “respeito máximo” à sua torcida.