PF faz buscas contra neonazistas que teriam estimulado assassinatos
PF faz buscas contra neonazistas que teriam estimulado assassinatos
Suspeita é que teriam induzido menor a invadir escolas no ES.
Publicado em 02/06/2023 - 10:39 Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A Polícia
Federal cumpre, nesta sexta-feira (2), mandados de busca e apreensão contra um
grupo neonazista que usava aplicativos de mensagens e chats para compartilhar
“material de extremismo violento ideologicamente motivado”.
Há suspeita
de que integrantes do grupo tenham induzido assassinatos cometidos em 25 de
novembro de 2022, em Aracruz (ES), por um menor de 16 anos.
Segundo os
investigadores, o grupo divulgava tutoriais de assassinato no aplicativo de
mensagens, além de vídeos de mortes violentas, de fabricação de explosivos e de
promoção de ódio a minorias. Havia também, em meio aos materiais divulgados,
vídeos descrevendo ideais neonazistas.
Os ataques
cometidos pelo menor ocorreram em duas escolas e, segundo a Polícia Civil do
Espírito Santo, teriam sido planejados há pelo menos dois anos. Os disparos com
arma de fogo resultaram na morte de quatro pessoas e 13 ficaram feridas. O
adolescente é filho de um policial militar.
Os mandados
de busca e apreensão das ações de hoje foram cumpridos nas cidades de São Paulo
(SP) e Petrolina (PE), por determinação da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária
de Linhares, no Espírito Santo.
Extremismo
violento
“A
investigação demonstrou que os arquivos de conteúdo de extremismo violento
encontrados no aparelho celular do menor foram baixados do canal do aplicativo
que ele participava”, informou a PF.
“O uso da
cruz suástica na vestimenta do menor no momento do ataque demonstra a
influência de ideologia neonazista recebida pelo grupo de aplicativo,
reforçando a tese de que o atentado foi cometido por razões de intolerância a
raça, cor e religião com o fim de provocar terror social, o que configura o
crime de terrorismo”, acrescentou.
A PF
informou que a empresa do aplicativo de mensagens pouco cooperou com a
investigação. No entanto, mesmo sem a obtenção de boa parte dos dados
solicitados, os investigadores conseguiram identificar dois integrantes que
atuavam de forma ativa, “com postagens de teor racista e antissionista”.
De acordo
com a PF, se somadas, as penas máximas dos crimes investigados atingem 72 anos
de reclusão, “lembrando que tanto o crime de terrorismo quanto o de homicídio
qualificado são considerados hediondos pela legislação”.
O ministro
da Justiça e Segurança Pública anunciou as ações da PF por meio de sua conta no
Twitter.
Edição:
Maria Claudia