Análise: Dorival muda “feijão com arroz”, e São Paulo sofre na defesa contra o Grêmio
Análise: Dorival muda "feijão com arroz", e São Paulo sofre na defesa contra o Grêmio
Alteração de esquema deixa time exposto; depois, equipe se acha, mas não é eficaz.
Por José Edgar de Matos — São Paulo 05/06/2023 04h00 - Atualizado há 11 horas
Dorival
Júnior chegou ao São Paulo com um discurso ponderado. Em vez de mudanças
radicais, gradativamente o treinador romperia conceitos do antecessor Rogério
Ceni para dar sua assinatura à equipe. Diante do Grêmio, com uma dezena de
desfalques, o técnico mudou o “feijão com arroz”, marca do trabalho,
e viu o time responder de maneira infeliz.
Contra o
Grêmio, em Porto Alegre, o treinador poupou peças e adotou uma formação com
três zagueiros. A estratégia, somada com uma tarde ruim de Alan Franco,
resultou em um time inseguro defensivamente e que sofreu uma virada por 2 a 1,
em duelo pela nona rodada do Brasileirão.
Nem a volta
de Arboleda aos titulares colaborou para uma segurança defensiva da equipe.
Suárez aproveitou-se para sair da referência e sempre levar um defensor,
geralmente Alan Franco, que, sem ter a explosão como característica, sofreu com
o jogo nas costas.
Mesmo com
mudanças significativas, o São Paulo se viu exposto novamente. Desta vez, nem
Rafael conseguiu evitar os problemas apresentados diante de um Grêmio que
esteve à vontade mesmo no momento de desvantagem no placar.
A derrota de 2 a 1 ainda na primeira etapa só não foi maior diante de mais defesas importantes de Rafael; o goleiro, entretanto, cometeu o maior erro pelo clube ao ver o chute de Reinaldo passar entre as pernas.
Se na defesa
a estratégia dos três zagueiros deu errado por Suárez e pelo jogo do Grêmio
pelas pontas, no ataque as opções pouco causaram problemas ao adversário.
Wellington Rato, com liberdade, mal encostou em Calleri, que sofreu com
momentos de isolamento no jogo.
O São Paulo
deu trabalho com as associações de Michel Araújo e Caio Paulista, que
resultaram no gol do próprio Calleri, e na segunda etapa com as entradas de
Rodriguinho, Luciano e Marcos Paulo, além de Nathan, mais presente na direita.
O jovem
meia, depois de atuação tímida na Venezuela contra o Puerto Cabello, chamou o
jogo na Arena do Grêmio e por pouco não empatou o duelo. A trave parou a
revelação de Cotia, que deve ter mais espaço nas próximas semanas com o
treinador.
Marcos Paulo
foi outro nome importante ao dar grande passe para Luciano, que por centímetros
também não balançou as redes.
O Tricolor
paulista chegou a impor maior volume e ameaçar o Grêmio, justamente quando
retornou ao “arroz com feijão” das últimas semanas, deixando uma linha de
quatro atletas na defesa e ocupando mais o setor de meio e ataque.
Calleri
tinha mais companhia para trabalhar, e o São Paulo mais atletas para buscar o
jogo curto, de passes. A evolução veio, mas o empate, não. Por detalhes…
Dorival deve
lamentar os desfalques, como Diego Costa e Rafinha, que chegou a viajar a Porto
Alegre, porém sem jogar. Mas fica uma lição: esse São Paulo cresceu com o
simples, e assim deve seguir para o promissor trabalho voltar a corresponder
depois de duas derrotas consecutivas.
O Tricolor
volta a campo na quinta-feira, contra o Tolima, no Morumbi, pela Copa
Sul-Americana. No Brasileirão, o próximo duelo é no domingo, às 16h, contra o
rival Palmeiras, também no Morumbi.