CPI dos Atos Golpistas: relatora quer ouvir Cid, Torres, Heleno, G. Dias, Cappelli e Braga Netto; lista
CPI dos Atos Golpistas: relatora quer ouvir Cid, Torres, Heleno, G. Dias, Cappelli e Braga Netto; lista
Pedidos de comparecimento ainda precisam ser votados pelo colegiado. Lista está anexa ao plano de trabalho proposto e apresentado por Eliziane Gama nesta terça-feira.
Por Filipe Matoso, Beatriz Borges, Luiz Felipe Barbiéri e Pedro Figueiredo, g1 e GloboNews — Brasília 06/06/2023 11h30 - Atualizado há 2 horas
A relatora
da CPI dos Atos Golpistas, Eliziane Gama (PSD-MA), apresentou nesta terça-feira
(6) o plano de trabalho que elaborou para o colegiado, que foi criado para
investigar os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. Nos anexos do
documento, Eliziane propõe que sejam ouvidas pela comissão quase 40 pessoas.
Entre os
nomes que Eliziane quer ouvir, estão o do tenente-coronel Mauro Cid,
ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL); o ex-ministro da Justiça Anderson
Torres, que era secretário de Segurança Pública do DF no dia dos atos
golpistas; os ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto
Heleno, Gonçalves Dias e Ricardo Cappelli (interino), e o ex-ministro da Defesa
Braga Netto.
Os pedidos propostos por Eliziane Gama ainda precisam ser votados pelos integrantes da CPI, o que não ocorreu nesta terça-feira (veja a lista abaixo). Os requerimentos devem ser analisados na próxima semana.
A lista não
contém o nome do ministro da Justiça, Flávio Dino, mas Eliziane já antecipou
que ele deve ser ouvido em algum momento.
“Para
tanto, e até por causa das relevantes funções de Estado que exerciam e exercem,
é certo que será necessário ouvir, no momento adequado, o Ministro da Justiça,
Flávio Dino; o então interventor na Segurança Pública do Distrito Federal,
Ricardo Capelli; e o General Gonçalves Dias, ex-Ministro Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR). Todos eles,
certamente, têm muito a contribuir com esta CPMI”, afirmou.
Lista
Veja a lista
das pessoas que a relatora propôs que sejam ouvidas pela CPI:
Adauto Lucio
de Mesquita, empresário suspeito de ser financiador
Ainesten
Espírito Santo Mascarenhas, empresário suspeito de ser financiador
Ailton
Barros, ex-major próxmo de Bolsonaro
Alan Diego
dos Santos, condenado por participação na explosão de bomba no aeroporto
Albert
Alisson Gomes Mascarenhas, suspeito de participar dos atos
Anderson
Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
Antônio
Elcio Franco Filho, coronel e ex-integrante do governo Bolsonaro
Argino
Bedin, empresário suspeito de ser financiador
Augusto
Heleno, ex-ministro do GSI
Diomar
Pedrassani, empresário suspeito de ser financiador
Edilson
Antonio Piaia, empresário suspeito de ser financiador
Fábio
Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF
Fernando de
Souza Oliveira, ex-Secretário Executivo da Secretaria de Segurança Pública do
Distrito Federal
George
Washington de Oliveira Sousa, condenado por participação na explosão de bomba
no aeroporto
Gustavo
Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP)
Jeferson
Henrique Ribeiro Silveira, motorista do caminhão-tanque onde foi colocada a
bomba
Jorge
Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do
Distrito Federal
Jorge
Teixeira de Lima, Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)
José Carlos
Pedrassani, suspeito de ser financiador
Joveci
Xavier de Andrade, suspeito de ser financiador
Júlio Danilo
Souza Ferreira, ex-secretário de segurança do DF
Leandro
Pedrassani, suspeito de ser financiador
Leonardo de
Castro Cardoso, Diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado (Decor) da
Polícia Civil do Distrito Federal
Marcelo
Fernandes, Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)
Márcio Nunes
de Oliveira, ex-Diretor-Geral da Polícia Federal
Marco Edson
Gonçalves Dias, ex-Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República
Marília
Ferreira de Alencar, então Subsecretária de Inteligência da Secretaria de
Segurança Pública do Distrito Federal
Mauro Cesar
Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Milton
Rodrigues Neves, Delegado da Polícia Federal
Paulo José
Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal
(PMDF) e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da PMDF
Ricardo Garcia
Cappelli, ex-ministro interino do GSI
Roberta
Bedin, suspieta de ser financiadora
Robson
Cândido da Silva, Delegado-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)
Silvinei
Vasques, ex-Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal
Wellington
Macedo de Souza, suspeito de envolvimento no episódio da bomba
Valdir Pires
Dantas Filho, Perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)
Walter Braga
Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro
Questionamentos
Durante a
leitura do plano de trabalho, Eliziane informou que esses nomes constavam dos
anexos do plano, e não do plano em si.
Parlamentares
de oposição afirmaram que a leitura dos nomes configurava, na prática, a
inclusão dos nomes no plano e que, se o plano fosse aprovado, automaticamente
seriam aprovadas as oitivas.
O presidente
da CPI mista, Arthur Maia (União Brasil-AL), pediu a palavra e afirmou então
que a leitura dos requerimentos seria permitida por ser “direito” da
relatora.
Segundo vice-presidente da comissão, o senador Magno Malta (PL-ES) propôs que, quando o plano de trabalho fosse votado, os anexos, isto é, os requerimentos apresentados pela relatora, não fossem analisados, somente quando a comissão passasse à fase de votação de requerimentos.
Após
discussões sobre o plano de trabalho, Arthur Maia deixou a análise dos pedidos
propostos pela relatora para a próxima semana.