Análise: empate esquenta período que poderia ser de paz para o Corinthians em Data Fifa

Análise: empate esquenta período que poderia ser de paz para o Corinthians em Data Fifa

Brasileirãopara por dez dias, mas igualdade por 1 a 1 com o Cuiabá frustra e, de quebra, pode recolocar equipe na zona do rebaixamento.





Por Marcelo Braga — São Paulo 11/06/2023 04h00 - Atualizado há um dia

Há jogos em que uma simples vitória vale mais do que três pontos. O duelo contra o Cuiabá, em casa, depois da eliminação precoce na Conmebol Libertadores, dava ao Corinthians a possibilidade de passar a Data Fifa em paz, num clima morno que antecederia as novas decisões.

O empate por 1 a 1 na noite deste sábado, porém, frustrou a todos. Sem força, o Corinthians saiu perdendo num jogo em que mais de 40 mil torcedores foram apoiá-lo. E, na base do abafa, conseguiu o empate. Que deu esperança, mas que também mostrou qual a dura realidade em 2023.

No apito final, o estádio ficou num silêncio assustador. Algumas vaias isoladas, claro, mas nada em sincronia. Como se a má fase, naquele instante, tivesse sido normalizada.

Depois do jogo, alguns membros de organizadas se amontoaram na saída principal do estádio para protestar. Pediram vontade, raça, mudanças. Algo rotineiro, mas numa voz que não parece ser ouvida.

Em caso de vitória, seriam dez dias de paz. Agora, serão dias de pressão. Até porque, neste domingo, o Timão pode entrar na zona do rebaixamento novamente caso Goiás, América-MG ou Vasco ganhem seus jogos. Basta um time triunfar. No pior cenário, o Timão pode até acabar na vice-lanterna.

Em sua entrevista coletiva, Luxemburgo admitiu que as coisas não estão dando certo. Disse que vê mudanças, mas que elas não estão virando resultados. Quer uma postura diferente a partir de terça-feira, quando o elenco se reapresenta para iniciar a preparação para o jogo com o Santos, dia 21.

Só que, hoje, ao olhar para o Corinthians, o torcedor não enxerga um time. Não vê uma ideia. Depois de parecer que tinha encontrado um encaixe perfeito contra o Atlético-MG com três zagueiros, a ideia ficou pelo caminho e o time voltou à linha de quatro. Sem padrão, a má fase de jogadores se expõe. Yuri Alberto não marca gols. A defesa é pouco confiável. O meio-campo deixa espaços e não cria.

Luxa, em busca de soluções, tem barrado alguns medalhões e apostado na garotada. Contra o Cuiabá, Romero e Giuliano nem foram relacionados. Fábio Santos também nem entrou, enquanto Fagner foi guardado para a segunda etapa. A hora e a vez, no momento, é de meninos como Guilherme Biro, Wesley, Pedro e, de uma forma improvável e até bonita, Ruan Oliveira.

Um jovem que já não tinha esperança de vencer com a camisa do Corinthians. Mas que recebeu uma única chance, entrou, marcou um gol importante e deve ganhar uma renovação de contrato.

Uma história que talvez possa servir de inspiração para um time que, hoje, já não desperta esperança em seu torcedor. E que talvez nem os próprios jogadores consigam ter ao olhar o buraco em que estão.

Serão dias sem jogos – talvez a melhor notícia para um torcedor que sofre tanto. Neste período, ao Corinthians, o melhor caminho é tentar se reconectar com o que é o Corinthians.

Há, neste time, uma clara falta de identidade.

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