Voo fretado, delegação recorde, ginecologista… Seleção tem logística inédita para a Copa Feminina
Voo fretado, delegação recorde, ginecologista... Seleção tem logística inédita para a Copa Feminina
Entre comissão técnica e equipe de apoio, CBF levará 31 pessoas para a Austrália, sendo 17 mulheres; jogadoras terão 20 dias de preparação até a estreia.
Por Allan Caldas e Lara Gruppi — Rio de Janeiro 28/06/2023 12h44 - Atualizado há uma hora
A preparação
da seleção brasileira para a Copa do Mundo Feminina da Austrália e da Nova
Zelândia será marcada por uma estrutura jamais vista pela equipe, desde o
tamanho da delegação até o planejamento de uma logística específica para
diminuir os efeitos da longa viagem até a Oceania.
Antes da
técnica Pia Sundhage divulgar as 23 convocadas para o Mundial, a supervisora de
seleções femininas da CBF, Ana Lorena Marche, anunciou que a delegação
brasileira viajará em voo fretado para a Austrália, na próxima segunda-feira.
Domingo, o
Brasil jogará contra o Chile no Mané Garrincha, em Brasília, no amistoso de
despedida da torcida antes da Copa. Após o apito final, começa o planejamento
para a viagem.
– Depois do jogo, as atletas vão descansar. A gente sai às cinco horas da manhã (de segunda-feira), para entrar já no fuso horário da Austrália, porque lá vai ser seis, sete da noite. Então a gente vai ter uma janta (antes do embarque), para começar a indução do sono das atletas – explicou Ana Lorena em entrevista à Central do ge logo após a convocação.
A viagem de
Brasília para Brisbane, na Austrália, terá duração total de 25 horas, com uma
parada no Taiti para reabastecimento do avião. Embora longa, a jornada será
menos impactante por poder ser feita de forma planejada.
– A gente
pôde escolher o horário do voo e o nosso itinerário. Poder ter a liberdade de
um voo só para a gente, poder fazer trabalhos com as atletas, isso é
fundamental para a nossa logística – afirmou a dirigente.
Durante o
voo, as jogadoras farão trabalhos específicos para facilitar à adaptação ao
fuso horário e diminuir o desgaste. Na chegada à Austrália, já no início da
noite de terça-feira, a comissão técnica planeja um jantar para iniciar o
processo de adaptação.
De Brisbane,
a seleção seguirá para Gold Coast, também no litoral Oeste australiana, onde as
jogadores farão a primeira parte da preparação, até o dia 18, onde retornam à
Brisbane, que será a base do Brasil na Copa. A estreia será no dia 24 de julho,
contra o Panamá, em Adelaide.
– A gente
vai fazer uma preparação muito longa, vamos chegar 20 dias antes do nosso
primeiro jogo, para que elas possam estar inteiras e ter o ápice físico quando
começar a competição.
Entre
comissão técnica, departamento médico e pessoal de apoio e logística, a seleção
feminina terá uma delegação recorde em Copas do Mundo: 31 pessoas, sendo 17
mulheres – mais da metade da equipe.
Entre as
novidades anunciadas na convocação está a criação do Núcleo de Saúde e
Performance, que contará, entre outros profissionais, com a ginecologista
Tathiana Parmigiano, especialista em medicina esportiva.
– A Tati já está há muito tempo na seleção, ela conhece muitas atletas desde quando elas eram novinhas e isso é muito bom. Não é só dar a mesma estrutura dos homens (para a seleção feminina), mas dar a especificidade que a mulher precisa – explicou Ana Lorena.