Análise: goleada evita “crise” e reforça protagonismo do Palmeiras na Libertadores

Análise: goleada evita "crise" e reforça protagonismo do Palmeiras na Libertadores

Vitória sobre Bolívar garantiu melhor campanha e reafirmou condição de favorito do Verdão.


Por Emilio Botta — São Paulo 30/06/2023 08h21 - Atualizado há 6 horas

A Conmebol Libertadores é obsessão para o Palmeiras. O cântico da torcida nas arquibancadas parece ter virado uma espécie de mantra para os jogadores dentro de campo.

Após duas derrotas seguidas pelo Brasileirão, o Verdão venceu o Bolívar por 4 a 0, no Allianz Parque, nesta quinta, garantindo a liderança do Grupo 3 e também a melhor campanha da fase de grupos da competição.

Os números do Palmeiras na fase de grupos desde 2018 são impressionantes. Em 31 jogos, foram 27 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas. O Verdão marcou 93 gols e sofreu apenas 19. O resultado disso foi a melhor campanha geral nas edições 2018, 2019, 2020, 2022 e agora em 2023 – a exceção foi 2021, quando o Atlético-MG teve o melhor desempenho, mas não conseguiu evitar o título palmeirense.

A vitória sobre o Bolívar foi construída com um Palmeiras mais exposto defensivamente, apesar de não ter sofrido gol ao longo dos 90 minutos. Sem Zé Rafael, lesionado, o Verdão jogou sem um volante marcador. Gabriel Menino atuou como cinco e Richard Ríos jogou mais avançado.

A opção de Abel pelo colombiano é compreensível diante de um time teoricamente mais frágil, mas é um ponto de atenção em caso de ausência do camisa 8 para a sequência do Brasileirão e os jogos eliminatórios contra o São Paulo pela Copa do Brasil.

Coube a Rony e Artur conduzirem o Palmeiras. O primeiro marcou mais um gol esbanjando categoria, enquanto o outro provou que tamanho não é documento ao marcar outra vez de cabeça. Foi o resumo de um primeiro tempo sem sustos. Na etapa final, com o Bolívar mais presente no ataque, o Verdão administrou o resultado e conseguiu marcar mais com Piquerez e Artur.

A melhor campanha da fase de grupos da Libertadores também foi importante olhando para o ensaio para uma possível “crise”, que seria totalmente sem justificativa.

A última vez que o Palmeiras perdeu três jogos consecutivos foi em novembro de 2021, nas derrotas para Fluminense, São Paulo e Fortaleza em jogos válidos pelo Brasileirão daquele ano.

Para qualquer outro clube, a sequência de duas derrotas seguidas, como o Verdão carregava antes de enfrentar o Bolívar, é considerada normal e longe de motivo para uma turbulência, mas para o torcedor palmeirense isso virou artigo raro sob o comando de Abel Ferreira. Perder virou quase um pecado.

Exemplo disso foi o protesto feito por torcedores de uma torcida organizada nesta quinta. Em frente à sede da Crefisa, empresa que patrocina o Verdão e é de propriedade da presidente Leila Pereira, o grupo pediu a chegada de reforços e criticou o preço dos ingressos. Sobrou reclamação até para o avião comprado por Leila e que será utilizado pelo clube para melhorar a logística das viagens.

O Palmeiras agora aguarda o seu rival das oitavas de final da Libertadores e ganha ainda mais confiança para seguir na briga pelo título brasileiro e também para o clássico contra o São Paulo pelas quartas de final da Copa do Brasil – os clássicos serão disputados nos dias 5 e 13 de julho. 

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