Comissão do Senado abre reunião para sabatinar indicados do governo Lula ao Banco Central
Comissão do Senado abre reunião para sabatinar indicados do governo Lula ao Banco Central
Colegiado vai analisar os nomes de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino. Sabatina acontece em meio a frequentes críticas do governo à taxa de juros.
Por Filipe Matoso e Laís Carregosa, g1 — Brasília 04/07/2023 10h14 - Atualizado há 13 minutos
A Comissão
de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado abriu às 10h14 desta terça-feira (4) a
reunião para sabatinar os indicados do governo Lula para a diretoria do Banco
Central.
Gabriel
Galípolo foi o escolhido para a Diretoria de Política Monetária do Banco
Central. Já Ailton de Aquino Santos, se for aprovado, ocupará a Diretoria de
Fiscalização da instituição.
Após a
sabatina, a CAE votará as indicações, que, depois, seguirão para o plenário do
Senado, ao qual cabe a palavra final sobre o tema.
A análise
dos indicados ocorre em meio a frequentes críticas de integrantes do governo à
taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária do
Banco Central (Copom).
O presidente
Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e diversos ministros, entre os quais
Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura), têm feito essas
críticas à taxa de juros.
No
entendimento do governo, a Selic no patamar atual, de 13,75% ao ano, inibe
investimentos e prejudica o crescimento da economia.
Cenário político
A análise
também acontece em meio a um cenário político em que o Congresso Nacional
discute o chamado novo arcabouço fiscal, conjunto de medidas propostas pelo
governo para tentar equilibrar as contas públicas.
O novo marco
fiscal substitui o teto de gastos e, em linhas gerais, desvincula o crescimento
das despesas da União à inflação e passa a vinculá-lo ao crescimento da
arrecadação.
O governo
argumenta que o novo arcabouço permite equilibrar as contas públicas, garantir
investimentos e, ainda, reduzir a taxa de juros.
O texto já
passou pela Câmara, mas, como foi alterado pelos senadores, deve ser analisado
novamente pelos deputados. A expectativa do presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), é votar o projeto ainda nesta semana.
Os indicados
Gabriel Galípolo
é formado em ciências econômicas e até, então, exercia a função de
secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
Isto é,
Galípolo era o “número dois” na hierarquia do ministério, atuando
como “braço-direito” do ministro Fernando Haddad.
Ailton Aquino,
por sua vez, é servidor do próprio Banco Central.