Prédio desaba no Grande Recife e pessoas são soterradas
Prédio desaba no Grande Recife e pessoas são soterradas
Segundo bombeiros, há moradores soterrados e crianças estão entre os desaparecidos. Testemunhas dizem que prédio havia sido interditado e foi ocupado.
Por g1 PE 07/07/2023 07h10 - Atualizado há um minuto
Parte de um
prédio desabou no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife, na manhã
desta sexta-feira (7). De acordo com os bombeiros, há ao menos nove moradores
soterrados nos escombros. Crianças estão entre os desaparecidos.
O
desabamento ocorreu às 6h07. O prédio fica na Rua Dr. Luiz Inácio de Andrade
Lima e faz parte do Conjunto Beira-Mar. Segundo os bombeiros, um dos blocos
desabou totalmente; e outro, parcialmente.
Até o fim da
manhã, uma adolescente e uma mulher haviam sido resgatadas vivas. As duas
sofreram fraturas. Um vídeo mostra o momento em que uma jovem de 15 anos delas
é encontrada sob os escombros (veja abaixo). Ela foi levada para o Hospital da
Restauração, no Recife, mas o estado de saúde da paciente não foi divulgado até
a última atualização desta reportagem.
A outra
vítima resgatada sob os escombros tem 65 anos e foi levada para o Hospital
Miguel Arraes, em Paulista, com politraumatismo. Ela fez exames, encontra-se
estável e aguarda transferência para outra unidade de saúde.
Outras
quatro pessoas sofreram ferimentos leves e também foram levadas para o Hospital
Miguel Arraes, que informou que elas devem ter alta até o fim desta sexta.
Buscas
De acordo com o coronel Robson Roberto, algumas das vítimas soterradas se comunicam com os bombeiros durante a busca.
“É um
trabalho que a gente conta com o auxílio dos cães, que já indicaram onde a
gente tem essas possíveis vítimas. As vítimas que estão responsivas foi mais
fácil, porque com nosso estímulo, elas nos responderam. Estamos mantendo essas
frentes de trabalho, mas é um trabalho tem que ser feito com calma, com
cautela, porque são pessoas que estão sob escombros e a gente obviamente está
com a intenção de tirá-las com vida local”, disse.
Esse tipo de
prédio, que é popularmente conhecido como “prédio caixão”, tem térreo
e três andares e, em cada pavimento há quatro apartamentos. O edifício estava
interditado por ordem judicial desde 2010, de acordo com a prefeitura de
Paulista. No entanto, foi reocupado em 2012.
Uma vistoria
foi feita em 2018 e confirmou a interdição, mas os moradores seguiram no local.
Não há informação se as pessoas estavam em algum programa habitacional ou se
recebiam algum tipo de suporte para deixarem o local de risco.
Uma mulher
que não quis se identificar disse que a irmã, Maria da Conceição, morava no
edifício com os filhos.
“A gente
ocupou aí porque não tinha onde morar. Minha irmã e os filhos dela estavam lá.
Moravam cinco filhos com ela aí. A gente está sem notícia dela”, disse.
O
despachante Jailson Júnior presenciou o momento em que o prédio caiu. “Eu
trabalho no terminal de ônibus do Conjunto Beira-Mar, aqui do lado. Havia
pessoas soterradas lá embaixo, inclusive uma placa [de concreto] caída em cima
de crianças. Está todo mundo aqui, Samu, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros”,
disse.
As buscas
por vítimas seguem no local, com participação de 50 bombeiros e 40 voluntários.
Cães farejadores também são utilizados na operação para encontrar pessoas.
Outro desabamento
Em abril
deste ano, uma parte do Edifício Leme desabou em Jardim Atlântico, Olinda. O
acidente deixou seis mortos e cinco feridos. O prédio estava interditado desde
2000, por causa de problemas de segurança. Entretanto, foi reocupado.