CNI diz que economia poderá crescer 2,1% este ano
CNI diz que economia poderá crescer 2,1% este ano
Entidade defende reforma tributária e redução de juros.
Publicado em 13/07/2023 - 08:53 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O desempenho
do agronegócio fez a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção
de crescimento da economia neste ano. Segundo o Informe Conjuntural do 2º
Trimestre, divulgado nesta quinta-feira (12) pela entidade, a estimativa passou
de 1,2% em abril para 2,1% em julho.
A
confederação, no entanto, adverte que a melhoria se deve apenas ao agronegócio,
com os demais setores da economia encolhendo ou desacelerando. Acrescenta ser
necessário reformar o sistema tributário e reduzir os juros para destravar a
economia brasileira.
Pelas
estimativas da CNI, enquanto a agropecuária deverá crescer 13,8% neste ano – impulsionada
pela produção recorde de alimentos – a indústria deverá se expandir apenas
0,6%. O desempenho do setor industrial também tem desigualdades: a indústria da
construção crescerá 1,5%, mas a indústria da transformação – afetada pelos
juros altos – deverá encolher 0,9% em 2023.
Falta de competitividade
Em nota, a CNI destaca que a indústria nacional sofre com a falta de competitividade gerada pela complexidade do sistema tributário e pela escassez de crédito provocada pelos juros altos. Apesar disso, a entidade considera que o avanço da reforma tributária no Congresso Nacional e a queda da inflação, com a provável redução da Taxa Selic (juros básicos da economia) neste semestre, melhoram as perspectivas para a economia brasileira.
Além da
aprovação da reforma tributária e da queda dos juros, a CNI pede que o governo
acelere a criação de uma política industrial que permita o país se inserir nas
cadeias globais de produção “de forma inovadora e sustentável”.
Inflação e consumo
Em relação à
inflação, a CNI projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) – usado como indicador oficial pelo governo – encerrará o ano em 4,9%,
contra estimativa anterior de 6%. Segundo a entidade, a desaceleração ajuda a
recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e
o consumo.
Para a CNI,
a recuperação do mercado de trabalho continua, com a expectativa da taxa média
de desemprego para 2023 caindo de 9% para 8,3%. A previsão de crescimento da
massa de rendimento real (acima da inflação) subiu levemente, de 6,7% para 6,8%
neste ano.
A estimativa
de consumo das famílias subirá 1,8% em 2023, contra previsão anterior de 1,2%.
A CNI atribui o aumento à recuperação parcial do crédito a partir de março e ao
aumento do valor do Bolsa Família, que estimula compras em mercados e
farmácias.
Juros e dólar
Em relação
aos juros, a confederação estima que a Selic encerrará 2023 em 11,75% ao ano,
devendo cair dois pontos percentuais em relação aos 13,75% atuais. Em relação
ao câmbio, a entidade prevê que o dólar comercial chegará ao fim do ano em R$
4,90, contra previsão anterior de R$ 5,35.
A previsão
de superávit da balança comercial (exportações menos importações) para este ano
saltou de US$ 55,7 bilhões para US$ 62,4 bilhões. Para as contas públicas, a
entidade manteve a projeção de déficit primário (resultado negativo sem os
juros da dívida pública) de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Edição:
Kleber Sampaio