Análise: São Paulo aprende lições e derruba Palmeiras da Copa do Brasil com atuação madura
Análise: São Paulo aprende lições e derruba Palmeiras da Copa do Brasil com atuação madura
Tricolor controla parte do jogo, deixa rival desconfortável e sai até com vitória de virada na bagagem, além da vaga na semifinal da Copa do Brasil.
Por José Edgar de Matos — São Paulo 14/07/2023 04h00 - Atualizado há 45 minutos
Anos de
traumas estão no passado. Novamente em uma Copa do Brasil, o São Paulo derrubou
o Palmeiras no Allianz Parque. Ao contrário do ano passado, sem a necessidade
da emoção dos pênaltis, com direito a uma vitória na casa rival. E de virada.
Fruto de uma equipe madura e consciente das lições aprendidas pelas derrotas
marcantes na casa do rival alviverde.
A vaga na
semifinal veio com um 2 a 1 no qual o São Paulo saiu atrás no marcador por um
“golaço-não intencional” e um início ruim. Com calma, paciência e trabalho
coletivo, especialmente no meio-campo, o time evitou grande pressão adversária
e saiu com a classificação.
O São Paulo
agora aguarda o classificado de Corinthians e América-MG, que se enfrentam no
sábado, na Neo Química Arena. O time mineiro leva a vantagem de 1 a 0 do duelo
da ida, semana passada, em Belo Horizonte.
Luto e luta
A ausência de Pablo Maia, em virtude do falecimento do pai, obrigou Dorival Júnior a mudar o São Paulo horas antes do decisivo compromisso. A opção por Alisson mais recuado visava competir na posse de bola, com controle do jogo a fim de amenizar a pressão palmeirense.
O início,
entretanto, foi preocupante. Alisson recebeu cartão amarelo logo aos 10
minutos, e o time teve um início acuado. Sem contra-ataque, rifando a bola, o
Tricolor repetia atuações ruins passadas no Allianz e via o Palmeiras se impor
aos poucos.
O início
ruim não demorou a ficar no passado. Ainda na metade do primeiro tempo veio o
primeiro sinal de que Dorival Júnior tem uma equipe madura, mais acostumada a
encarar o adversário em um ambiente extremamente hostil como o Palmeiras na arena.
A estratégia
começou a dar certo com Gabriel Neves entrando mais no jogo, controlando a bola
e quebrando o ritmo adversário. A melhora era evidente, mas a falta de sorte
apareceu aos 34 minutos, quando Piquerez anotou um golaço-improvável para abrir
o placar. Tentou cruzar e acertou o gol.
Maturidade
São-paulinos
e são-paulinas viram por anos a equipe se abater em ocasiões como a vivida
nesta quinta-feira. O comportamento, porém, não se alterou com a desvantagem no
placar, que empatava o confronto de mata-mata. Pelo contrário: aos poucos, o
time cresceu.
A
consolidação de um São Paulo maduro e evoluído veio nos primeiros minutos da
segunda etapa. Com troca de passes, sem pressa, o Tricolor empatou o confronto
e encaminhou a classificação. Luciano se deslocou para dentro da área e achou
Caio Paulista, que dominou e finalizou firme para empatar.
O gol serviu
para deixar o Palmeiras pouco tranquilo, e o Tricolor ainda mais à vontade. O
São Paulo travou o adversário e dominou as ações, como se fosse uma equipe com
trabalho consolidado há anos, e não um time ainda em início de trabalho.
O prêmio
final quase veio pela cabeça de Calleri, em mais um lance que poderia mudar o
confronto e atingir psicologicamente o São Paulo. O árbitro Anderson Daronco
anulou o gol do argentino, mesmo com o VAR recomendando a revisão do lance.
Daronco
apitou falta de Diego Costa e indignou o São Paulo, mas só por alguns minutos.
Não demorou para a equipe recuperar a concentração, manter-se sã e incomodar o
Palmeiras com paciência e trabalho de bola coletivo.
O prêmio
final, enfim, veio aos 44 minutos da segunda etapa, pelos pés de duas apostas
de Dorival Júnior. Juan, jovem da base, segurou a bola e serviu David, que
decretou a classificação. Mais do que a vaga, o atacante deu números para uma
vitória merecida no Allianz Parque.