Governo estuda ação para autônomo participar do Minha Casa, Minha Vida
Governo estuda ação para autônomo participar do Minha Casa, Minha Vida
Para integrar o programa, trabalhador precisa comprovar renda.
Publicado em 19/07/2023 - 11:18 Por Lucas Pordeus Léon - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O governo
federal estuda medida para facilitar a comprovação da renda de trabalhadores
autônomos visando permitir que eles acessem o programa Minha Casa, Minha Vida
(MCMV). A informação foi revelada nesta quarta-feira (19) pelo ministro das
Cidades, Jader Filho.
Para
integrar o programa habitacional, o trabalhador precisa comprovar a renda que
recebe mensalmente. Porém, para quem é autônomo essa tarefa costuma ser mais
complicada.
Catadores de
materiais recicláveis, motoristas de aplicativos e vendedores ambulantes estão
entre as categorias que podem ter dificuldade para comprovar rendimentos. No
Brasil, estima-se que 38,8 milhões de pessoas estavam na informalidade em 2022,
o que representava 39,6% da população economicamente ativa.
“A equipe da
Secretaria Nacional de Habitação, através do secretário Ailton Madureira, tem
feito esse estudo junto à Caixa Econômica Federal para que nós possamos
apresentar uma proposta à Casa Civil, ao presidente Lula, para atender esse
público. São essas pessoas que têm renda, mas não conseguem fazer a comprovação
dessa renda. É o motorista de Uber, é o catador de material reciclável, [são]
os autônomos todos que acabam não tendo carteira assinada e não conseguem fazer
essa comprovação”, explicou Jader Filho em entrevista à Agência Brasil.
Portarias pendentes
Acrescentou
que o tema já está maduro no Ministério
das Cidades, mas citou que ainda é preciso avançar primeiro com outras
portarias pendentes que são necessárias para executar o Minha Casa, Minha Vida.
Jader lembrou que o ministério foi extinto no governo anterior, o que estaria
dificultando o trabalho. “Pegamos o ministério do zero”, justificou.
O déficit
habitacional no Brasil era de 5,876 milhões de moradias em 2019, segundo estudo
da Fundação João Pinheiro – FJP. Este é o dado mais atualizado sobre o déficit
de moradias no país. Segundo o Ministério das Cidades, um novo estudo sobre o
tema foi solicitado à FJP.
O novo Minha
Casa, Minha Vida entrou em vigor no início de julho deste ano com a sanção da
lei do programa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Faixas de Renda
O Minha
Casa, Minha Vida depende da renda das famílias. A Faixa 1 do programa contempla
famílias com renda mensal de até R$ 2.640. Já a Faixa 2 abrange famílias com
renda entre R$ 2.640 e R$ 4,4 mil; e a Faixa 3, envolve famílias com renda
mensal entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil.
Valores
Em relação
ao valor do imóvel, o financiamento máximo é de R$ 170 mil para empreendimentos
voltados à Faixa 1; de R$ 264 mil para a Faixa 2; e de R$ 350 mil para a Faixa
3.
No caso do
MCMV rural, o valor máximo para novas moradias passou de R$ 55 mil para R$ 75
mil. Já o financiamento para melhoria de uma moradia subiu de R$ 23 mil para R$
40 mil.
As taxas de
juros variam de acordo com a região e com a renda, indo de 4% ao ano a 5,5% no
caso da Faixa 1; de 4,75% a 7% para a Faixa 2; e de 7,66% a 8,16% para a Faixa
3.
As famílias
também podem conseguir descontos na aquisição dos imóveis. Eles são oferecidos
para trabalhadores com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
de R$ 55 mil, restrito aos beneficiários da Faixa 1.
As
prestações mensais pagas pelos beneficiários da Faixa 1 serão proporcionais à
renda, com um valor mínimo de R$ 80 ao longo de um período de cinco anos.
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Edição:
Kleber Sampaio