Brasil irá à reunião convocada pela Arábia Saudita para discutir guerra na Ucrânia, diz Itamaraty
Brasil irá à reunião convocada pela Arábia Saudita para discutir guerra na Ucrânia, diz Itamaraty
Encontro sem russos deve acontecer em agosto; 30 países, incluindo Brasil e Índia, foram convidados. Objetivo é conseguir apoio de países em desenvolvimento para futuras negociações de paz.
Por Kevin Lima e Lígia Vieira, g1 e TV Globo — Brasília 31/07/2023 10h04 - Atualizado há 5 horas
O Ministério
das Relações Exteriores confirmou ao g1 e à TV Globo nesta segunda-feira (31)
que o Brasil irá à reunião convocada pela Arábia Saudita, nos dias 5 e 6 de
agosto, para discutir a guerra da Ucrânia.
A iniciativa
saudita foi revelada em reportagem do “Wall Street Journal” no sábado
(29). A reunião deve ocorrer na cidade de Jidá, na Arábia Saudita, com
representantes da Ucrânia e sem representantes da Rússia.
Segundo o
jornal norte-americano, foram convidados 30 países, incluindo Brasil, Índia, Indonésia,
Egito, Chile e Zâmbia.
O Itamaraty
informou nesta segunda que o Brasil aceitará o convite, mas ainda não definiu
quem vai compor a delegação e representar o governo brasileiro no encontro.
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva deve estar na região Norte do Brasil entre os dias 4
e 9 de agosto, com compromissos que incluem a Cúpula da Amazônia.
Ucrânia em busca de apoio global
A reunião na
Arábia Saudita é mais uma tentativa de Ucrânia de conseguir apoio de países em
desenvolvimento, que, em boa parte, permanecem neutros em relação à guerra.
O objetivo é
que o esforço possa levar a uma cúpula de paz no final de 2023, quando líderes
assinariam uma carta de princípios compartilhados para o encerramento da
guerra. O documento serviria como apoio à Ucrânia em futuras negociações de paz
com a Rússia.
Segundo o
WSJ, ainda não está claro quantos países realmente vão enviar representantes à
reunião na Arábia Saudita. Entre os que já confirmaram a participação, estão
Reino Unido, África do Sul e Polônia, além da União Europeia.
A
expectativa é de que países que participaram de uma reunião no final de junho
em Copenhague, na Dinamarca, também compareçam a este novo encontro. Na
ocasião, Brasil, Índia, Turquia e África do Sul foram alguns dos países que
enviaram representantes.
O
Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, também
deve comparecer à reunião, segundo o WSJ. O jornal também afirmou que a China
foi convidada, mas não deve participar.
A Rússia,
que alega ter anexado cerca de um sexto da Ucrânia, diz considerar a possibilidade
de negociações de paz, contanto que a Ucrânia aceite “novas
realidades” sobre territórios. A Ucrânia, por sua vez, diz que as
conversas só serão possíveis se as tropas russas deixarem seu território.