Análise: São Paulo trava em esquema do San Lorenzo, e Dorival tem pior sequência no time
Análise: São Paulo trava em esquema do San Lorenzo, e Dorival tem pior sequência no time
Ainda sem Lucas Moura e James Rodríguez, equipe perde fora de casa e se vê em desvantagem nos dois torneios em que ainda pode ser campeão.
Por Leonardo Lourenço — GE São Paulo
O São Paulo
terminou o jogo contra o San Lorenzo, na Argentina, com mais de 70% de posse de
bola. Não soube o que fazer com ela a maior parte do tempo. Contra um rival que
baseia seu jogo numa retranca fortíssima, ainda viu o seu sistema defensivo
falhar no único gol da partida desta quinta-feira, o dos donos da casa, no jogo
de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.
É o momento
mais instável do time de Dorival Júnior, em oposição à euforia fora de campo
por causa das contratações de James Rodríguez e Lucas Moura. São quatro jogos
sem vitórias, três deles derrotas, e desvantagem em mata-matas nos dois
torneios em que o São Paulo ainda pode ser campeão.
Trata-se de
um risco grande, e eventuais eliminações causariam frustrações enormes numa
torcida com altas expectativas com a chegada de estrelas ao time.
James e
Lucas não foram inscritos na Sul-Americana e não poderão enfrentar o San
Lorenzo na volta, na próxima quinta-feira, no Morumbi – eles só poderão entrar na
lista a partir da próxima fase, caso o Tricolor se classifique.
Na Copa do
Brasil, em que o São Paulo foi derrotado por 2 a 1 pelo Corinthians na ida,
ambos devem estar em campo.
O San
Lorenzo, mesmo jogando em casa, não se incomodou em entregar a bola para o São
Paulo. Como visitante e tendo a decisão no Morumbi, os tricolores também se
arriscaram pouco – mais por incompetência do que por escolha.
Não deve ser
um cenário a se repetir na volta. O São Paulo é mais agressivo diante de seu
torcedor e, mesmo sem os reforços, tem condições de avançar para as quartas de
final contra um San Lorenzo que deve apostar ainda mais na força de sua defesa.
Dorival
tentou acalmar a situação após a derrota desta quinta:
– Acho que
não tem motivo nenhum para ter descontrole, tiveram essas derrotas, mas estamos
equilibrados e conscientes. As derrotas são em jogos de 180 minutos. A vantagem
de um gol é boa, mas nada estará decidido até o momento final. Temos que
confiar nas nossas condições, o potencial da nossa equipe e o que vínhamos
jogando, ninguém esquece.
– É
continuar com confiança, jogando dentro do nosso padrão, melhorando nosso
padrão e sabendo que temos potencial, qualidade e condição de reverter toda e
qualquer situação – completou o treinador.
A instabilidade do time, nesse momento da temporada, preocupa. Os investimentos feitos colocam o São Paulo como candidato a taças, sem necessariamente ter a obrigação de vencê-las, mas tornam mandatória uma vaga na Libertadores do ano que vem para que eles sejam justificados – especialmente num clube em que problemas financeiros costumam gerar notícias.