Polícia Federal prende ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques
Polícia Federal prende ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques
Operação Constituição Cidadã investiga interferência nas eleições.
Publicado em 09/08/2023 - 09:24 Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil* - Brasília
A Polícia
Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (9), a Operação Constituição Cidadã,
para investigar possíveis ações de agentes públicos para interferir no processo
eleitoral do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. O
ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi
preso.
De acordo
com as investigações da PF, integrantes da PRF teriam feito bloqueios em
estradas da Região Nordeste para dificultar o trânsito de eleitores no dia 30
de outubro de 2022.
“Os crimes
apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo
que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e
direcionado à Região Nordeste do país”, explicou a PF, em nota.
Estão sendo
cumpridos dez mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Santa
Catarina, no Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. Os
mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A operação conta
ainda com o apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que determinou a coleta de
depoimento de 47 policiais rodoviários federais.
“Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”, diz a nota.
A PF
informou ainda que o nome da operação – Constituição Cidadã – é uma referência
à Constituição Brasileira, promulgada em 1988. Nela, estão expressos os
direitos dos cidadãos, entre eles o direito ao voto, “maior representação da
democracia”.
Em junho, em
depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro, no
Congresso, Vasques negou qualquer plano para impedir eleitores do então
candidato Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste de votarem no segundo turno das
eleições no ano passado.
Em nota, a
PRF informou que o seu corregedor-geral, Vinícius Behrmann, acompanha a
operação, desde o início da manhã, na sede da PF, em Brasília, e que a
corporação colabora com as autoridades que investigam as denúncias de
interferência, “com o fornecimento de dados referentes ao trabalho da
instituição, como o número de veículos fiscalizados e multas aplicadas nas
rodovias federais”.
Paralelamente
às investigações no STF, foram abertos três processos administrativos
disciplinares, no âmbito da PRF, para apurar a conduta do ex-diretor-geral. Os
procedimentos foram encaminhados à Controladoria-Geral da União (CGU), órgão
com competência para apurar a conduta de Silvinei Vasques.
Edição:
Graça Adjuto